"O sofá escolhido era perfeito, superconfortável, com tecido lindo e macio, ficaria ótimo no meu apartamento. Havia apenas um problema, era grande demais. O pior é que descobri isso somente na hora da entrega, pois ele não passou pelo elevador e nem pela escada." Situações como essa são cada vez mais corriqueiras em lojas de móveis. Muitas vezes o consumidor escolhe um estofado levando em consideração somente a beleza e o conforto e se esquece de um item fundamental: as medidas.
Os problemas começam no transporte e acabam no pouco espaço disponível na residência. Isso porque atualmente os apartamentos estão cada vez menores, as portas de entrada estreitas, os elevadores não seguem um padrão e as escadas, também estreitas, foram feitas com um ângulo que dificulta o acesso de peças maiores.
Essa falta de experiência do consumidor faz com que o auxílio de um profissional seja necessário. Quando o consumidor não está acompanhado por um arquiteto ou decorador, cabe ao vendedor da loja oferecer uma orientação adequada sobre o estofado ideal para cada caso. "Depois de inúmeros problemas, hoje fazemos um questionário na hora da venda. Procuramos saber onde o estofado será colocado e quais as condições do lugar para a entrega", afirma o lojista César Franco. Entre os transtornos pelos quais passou, ele conta a experiência de uma cliente que comprou o estofado e só depois de colocado ela percebeu que a peça bloqueava a passagem. Outra cliente queria colocar o estofado num mezanino e a escada de acesso era em caracol. Elas tiveram que trocar os sofás.
Uma das soluções sugeridas por Franco é fazer o estofado sob medida, adaptando as medidas de acordo com o espaço disponível. Se o modelo for muito extenso, com mais de 2,5 metros de comprimento, na hora do transporte pode-se dividi-lo ao meio e depois unir as partes através de um mecanismo de encaixe. Outra opção é o içamento com cordas, mas seu custo pode se tornar inviável, já que este serviço chega a custar até R$ 700,00. E o que é pior, podem acontecer certos acidentes indesejáveis. "Tivemos um caso que, durante o içamento, o sofá balançou com o vento e acabou quebrando os vidros das janelas pelo caminho. Um prejuízo enorme", conta Franco.