Afinal, a 1.ª Cúpula Energética da Comunidade Sul-Americana de Nações, que a partir de agora passa a se chamar União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e não mais Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), num arranjo diplomático entre Brasil e Venezuela, deixou de lado o súbito mal-estar causado pelo etanol.
Os presidentes Lula e Chávez conversaram à parte sobre a questão, que chegou a animar o combalido Fidel Castro a escrever dois artigos publicados no Granma, órgão oficial do governo cubano, condenando com veemência o aumento da produção de etanol a partir do milho, em detrimento da produção de alimentos.
Seria um feito desgastante para o presidente Lula voltar ao Brasil trazendo uma cópia da declaração final da cúpula com referências ambíguas ao projeto de aumentar a produção de etanol, sobretudo num ambicioso projeto que conta com o beneplácito do presidente George W. Bush, razão fundamental para o estrilo de Chávez e Fidel.
Ao se referir aos biocombustíveis, o primeiro documento patrocinado pela Unasul, limitou-se a reconhecer seu potencial para a diversificação da matriz energética dos países-membros, ademais da parolagem típica de encontros dessa natureza.
Os bombeiros mais uma vez agiram com eficiência e nada transpirou sobre o potencial de conflito que o etanol, na verdade, poderia causar entre dois emergentes em busca de afirmação.