Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas (CPMI) aprovou nesta quinta-feira (14), por unanimidade, o relatório final que pede o indiciamento de dez investigados.
Seis deles são apontados como responsáveis pela compra do dossiê contra políticos tucanos, supostamente envolvidos na compra superfaturada de ambulâncias.
Outros quatro investigados que tiveram o pedido de indiciamento aprovado na comissão foram acusados de fazer lobby ilegal no Ministério da Saúde para empresas que comercializam ambulâncias. Leia um breve perfil de cada um:
Acusados pela compra de dossiê
Gedimar Passos ? agente da Polícia Federal aposentado. Trabalhava na campanha à reeleição de Lula. Ele e Valdebran Padilha foram presos com R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê.
Valdebran Padilha ? ex-filiado ao PT, foi preso com Gedimar Passos com R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê.
Oswaldo Bargas ? ex-secretário do Ministério do Trabalho. Responsável pelo capítulo de trabalho e emprego do programa de governo da campanha à reeleição de Lula. Ele e Jorge Lorenzetti teriam participado de negociações com a revista Época para a compra do dossiê. Foi expulso do partido após o episódio.
Jorge Lorenzetti ? chefiava o núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleição de Lula. Em depoimento à PF, admitiu ter interesse no dossiê, mas que recusou pagar por ele. Lorenzetti enviou Expedito Veloso e Gedimar Passos a Cuiabá para analisar a veracidade dos documentos. Foi expulso do partido após o episódio.
Hamilton Lacerda ? ex-coordenador de comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. Segundo Lorenzetti, o dossiê seria entregue a ele. Esteve no hotel onte Gedimar e Vandebran foram presos. É suspeito de ter entregado o dinheiro que seria usado nas negociações. Foi expulso do partido após o episódio.
Expedito Veloso ? ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil. Licenciou-se do cargo para trabalhar na campanha de Lula. É quem foi à Cuiabá analisar a veracidade dos documentos contra políticos tucanos junto com Gedimar Passos. Também foi expulso pela direção nacional do PT após o episódio.
Acusados de lobby ilegal no Ministério da Saúde
Abel Pereira ? empresário acusado de intermediar licitações do Ministério da Saúde na época que Barjas Negri (PSDB) era ministro, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Foi citado pelo funcionário da Planam Ronildo Medeiros como intermediário que recebia proprina por unidade de ambulância licitada no esquema. Seu advogado nega as acusações.
José Airton Cirilo ? deputado federal eleito pelo Ceará. Teria intermediado a liberação de emendas do Orçamento para a Planam na gestão de Humberto Costa (PT) no Ministério da Saúde.
Raimundo Lacerda ? Teria atuado na liberação de emendas do Orçamento para a Planam na gestão de Humberto Costa (PT) no Ministério da Saúde em troca de ?comissão? paga pela empresa.
José Caubi Diniz – teria atuado no Ministério da Saúde para liberação de emendas da Planam em troca de ?comissão? paga pela empresa. Segundo o sócio da Planam Luiz Antônio Vedoin, a aproximação com José Caubi Diniz, Raimundo Lacerda e José Airton Cirilo começou em março de 2003. Na ocasião, Caubi disse que sabia das dificuldades que a empresa estava tendo para receber pelos veículos entregues a municípios e disse que poderia resolver a questão por intermédio de José Airton, que teria chancelado a indicação de Humberto Costa ao Ministério da Saúde.
