O presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, adotou hoje um discurso triunfalista e disse que vai abrir negociação com "todos os partidos políticos", tendo como objetivo a aprovação de projetos, já confiante na vitória no segundo turno. "Vamos costurar todas as alianças necessárias para que a gente possa ter tranqüilidade e aprovar todos os grandes projetos que eu acho que o Brasil precisa", declarou, em tumultuada entrevista coletiva, ao deixar a Escola Estadual Doutor João Firmino Correia de Araújo, na 296ª zona eleitoral de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde votou neste domigno (29). "Sobretudo, quero conversar com todos os partidos políticos, da oposição e da situação, e com os governadores", acrescentou.

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Lula negou que proporia um "pacto", por considerar que essa possibilidade não depende apenas de uma só pessoa. "Diria que nós vamos ter que discutir o Brasil com muito mais amor, com mais compromisso, para os próximos quatro anos", observou.

Ao dizer que disputa política sem acirramento não tem sentido, Lula insistiu que, terminadas as eleições, governo e oposição devem conversar. "É como terminar o campeonato de futebol. Começa outro no dia seguinte", comparou, de forma ambígua.

Apesar de sinalizar um entendimento com a oposição, Lula valeu-se de ironia para comentar o desempenho dele nas pesquisas de intenção de voto, numa mensagem velada a Geraldo Alckmin, candidato do PSDB. "Houve uma novidade importante no segundo turno: eu cresci em todas as pesquisas que aconteceram, ou seja, não houve nenhum momento em que eu tivesse reduzido minha votação. Embora não ache que pesquisa seja definitiva, a probabilidade de estar certa é muito grande", declarou.

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Ele insistiu, entretanto, que o melhor é aguardar até as 17 horas, quando será feito o fechamento das urnas, para depois adotar uma posição mais clara. "Quando chegar 17 horas, não tem choro, nem vela, e vai dar o resultado final", disse.

A saída do presidente foi bastante tumultuada, inclusive, porque os humoristas do programa "Pânico", da Rede TV, trataram de saltar sobre o carro do presidente, prejudicando ainda mais a passagem. Na frente da residência do presidente, em São Bernardo cerca de 20 pessoas se posicionam, aguardando que o presidente apareça na sacada do apartamento. A todo instante, passam também veículos pró-Lula e pró-Alckmin, acionando suas buzinas.

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Informalmente, assessores do presidente indicaram que ele deixará o apartamento por volta das 16 horas, seguindo para o Hotel Intercontinental, na capital paulista, onde deverá conceder entrevista coletiva às 20 horas.

Há pouco, o ministro da Trabalho, Luiz Marinho, deixou o imóvel de Lula e disse que o presidente está reunido com a esposa dele, filhos e netos, em área restrita do imóvel, sem contato com assessores.