Os negócios do petróleo no Brasil vão muito bem e devem melhorar. A razão mais forte está no anúncio recente da Petrobras, dando conta que seu Plano Estratégico prevê o investimento de U$$ 112,4 bilhões entre 2008 e 2012, total que não engloba gastos relativos ao pagamento de dividendos.
Segundo a estimativa anterior para o período citado, a estatal petroleira decidiu implementar os investimentos em US$ 29 bilhões sobre os US$ 87,1 bilhões previstos até 2011. Os recursos serão destinados aos setores de exploração e produção, refino, transporte e comercialização, gás e energia, petroquímica, distribuição e biocombustíveis.
Apesar da irrestrita apologia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo sobre os biocombustíveis, inclusive em seus contatos com governantes de outros países, no período 2008-2012 esse será o segmento em que a Petrobras vai investir menor quantidade de recursos (US$ 1,5 bilhão).
O carro-chefe, e a decisão não poderia ser outra, continuará sendo o binômio exploração/produção de petróleo, atividades que devem receber o aporte de US$ 65,1 bilhões. Isso mostra que a Petrobras, da mesma forma que tenciona investir nas áreas de gás natural e biocombustíveis, seguirá tendo o seu interesse maior no chamado ouro negro.
As contas da estatal, no entanto, levantam uma questão não menos instigante. No período de 2008 a 2012, o faturamento (fora dividendos) deverá ser de US$ 104 bilhões, portanto, insuficiente para cobrir os requisitos contemplados na anunciada engenharia de investimentos. A solução é aumentar a dívida da empresa, com a captação de US$ 19,4 bilhões, a uma média anual de US$ 3,9 bilhões.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, comentou que o plano é arrojado e, decerto, trará um pesado desafio aos dirigentes e colaboradores da estatal. Contudo, Gabrielli está convicto da viabilidade do empreendimento. Sua confiança vai ao ponto de vaticinar que a companhia galgará três posições e em breve será a quinta entre as maiores empresas integradas de energia do mercado mundial.
A produção deverá aumentar dos atuais 2,298 milhões de barris de petróleo e gás para 3,494 barris/dia até 2012, podendo superar os quatro milhões de barris/dia em 2015.