O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha com a previsão retumbante de R$ 1,2 trilhão de investimentos no País, no decorrer dos exercícios de 2008 a 2011. A estimativa do banco foi delineada numa amostragem que abrange 53% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) da economia brasileira. O cálculo indica também o crescimento de 15,5% sobre o R$ 1,049 trilhão, correspondente à previsão anterior para o mesmo período.
Na seqüência verificada pelo BNDES, o setor industrial ficará com R$ 447 bilhões, ao passo que a infra-estrutura contará com R$ 231,7 bilhões e a construção civil, objetivando estimular a edificação de residências, R$ 535 bilhões.
Em resumo, o banco estatal vai investir em setores vitais para o crescimento econômico algo em torno de R$ 300 bilhões por ano no próximo quadriênio, injetando estímulo financeiro em segmentos importantes como petróleo e gás, indústria extrativa mineral, indústria automotiva, siderurgia, papel e celulose e petroquímica. Não estarão excluídos desse imenso ?saco de bondades?, como definiria Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, os setores sucroalcooleiro, eletroeletrônico, fármacos e software.
Com os aportes assegurados pelo programa de investimentos do BNDES, os setores selecionados de conformidade com as prioridades do desenvolvimento econômico terão oxigênio adicional para dar seguimento a seus projetos de expansão. Nunca é demais lembrar, porém, que projetos contemplados com parte dos investimentos originários da estrutura pública deveriam embutir como metas precípuas o aumento da oferta de novos empregos e a melhoria salarial.
O economista Luciano Coutinho, presidente do BNDES, encareceu que o pacote de investimentos da instituição foi cuidadosamente planejado e, mesmo sob o risco da diminuição do ritmo da economia mundial, o planejamento deverá evoluir em função da demanda reprimida interna.
Uma das apostas dos analistas é que a economia brasileira já não depende tanto dos solavancos do mercado internacional para definir seus rumos próprios. Essa impressão de robustez do mercado interno era inexistente há alguns anos, mas aos poucos o empresariado foi liberando o potencial criativo e empreendedor, convencendo o governo da necessidade imperiosa de fixar marcos regulatórios consistentes e duradouros. O resto é muito trabalho, dedicação e confiança no Brasil.