Confiança do consumidor tem menor nível em 9 meses

A confiança do consumidor atingiu em fevereiro seu nível mais baixo em nove meses. A informação é do economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Aloísio Campelo. De acordo com ele, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desse mês, que registrou queda de 1,3%, foi a taxa mais baixa desde maio do ano passado, quando o indicador caiu 2,3%.

O economista explicou que o mês de fevereiro foi influenciado por fatores sazonais. Ele considerou que, no segundo mês do ano, o humor do consumidor costuma registrar queda, devido ao número de contas a pagar características dessa época do ano (como IPTU e IPVA) e aumentos nas mensalidades escolares. Na avaliação do economista, é o momento em que o consumidor põe de lado a euforia de janeiro, mês contaminado pelo otimismo das expectativas e esperanças que sempre acompanham o início de um ano. "Em fevereiro, normalmente, a tendência é uma ‘esfriada’ na confiança do consumidor", afirmou, acrescentando que, em fevereiro do ano passado, a queda no ICC foi mais forte: -2,1%.

Entretanto, o economista admitiu que outros fatores não sazonais também contribuíram para a derrubada do humor do consumidor em fevereiro. Segundo ele, os entrevistados pela fundação para a pesquisa demonstraram que não estão satisfeitos com o lento crescimento econômico, e também não notam melhoras significativas nas vidas econômica e financeira de suas famílias e de suas cidades.

Além disso, os resultados da capital do Rio de Janeiro, uma das sete pesquisadas pela FGV e a segunda de maior peso no cálculo do indicador – perdendo apenas para São Paulo -, foi afetada por um fator muito importante: o crescimento dos atos de violência no início do ano. "A insegurança foi citada espontaneamente pelos entrevistados (no Rio)", disse, acrescentando que o caso do menino João Hélio Fernandes, arrastado até a morte por bandidos durante um assalto no Rio, há algumas semanas, também foi citado várias vezes pelos entrevistados.

Ao se considerar apenas os resultados das entrevistas na capital fluminense, o ICC caiu 3,5% em fevereiro ante janeiro. "Isso contribuiu para a baixa do ICC no mês", afirmou. "Podemos dizer que o consumidor está mais insatisfeito com o presente, e menos otimista com o futuro", avaliou.

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