A produção industrial brasileira terá um espaço muito grande para crescer este ano. A avaliação é Carlos Castelo Branco, gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo ele, o quadro da economia atual do país favorece novos investimentos e isso fará com que ocorra uma recuperação gradual do crescimento industrial em 2006.
Castelo Branco apresentou hoje (16) os dados referentes a pesquisa Indicadores Econômicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI. O levantamento, feito mensalmente com 3 mil empresas, mostra que a industria brasileira operou com sua capacidade instalada em baixa no primeiro mês do ano, utilizando 79,1% de sua capacidade.
Esse é o menor índice para um mês de janeiro desde 2002. Em termos dessazonalizados, segundo a CNI, a trajetória também é de queda. Em janeiro de 2006, o nível de utilização da indústria foi de 80,4%, o menor desde novembro de 2003. Além do desaquecimento da economia, explicou Castelo Branco, a falta de investimentos foi outro fator que contribuiu para redução da utilização da capacidade instalada.
De acordo com o economista, os números referentes à capacidade instalada aliados a queda de horas trabalhadas são reflexo de uma acomodação dos estoques. Para Castelo Branco, a situação momentânea do Brasil é favorável. Porém, ele alertou que país precisa tomar alguns cuidados. "A economia brasileira ainda não superou suas dificuldades estruturais. É necessário promover o investimento, para garantir o crescimento futuro a taxas mais intensas do que tivemos agora".