A produção de roupas no primeiro semestre caiu cerca de 5%, e as projeções para segundo semestre não são muito animadoras. A avaliação é do presidente do Sindivest/Sindiroupas, Marcel Zelazny. A expectativa é de que nos últimos seis meses do ano ? quando aumenta significativamente o consumo ? o setor possa recuperar pelo menos os 3% perdidos nos primeiros e feche 2006 empatando em faturamento e em produção com 2005. No ano passado foram produzidas no País 5.013.290 unidades de roupas masculinas, femininas e infanto-juvenil e o faturamento do setor foi de US$ 19.956.067. O Estado de São Paulo representou 35% do volume e do valor.
?A indústria de vestuário não tem boas perspectivas para 2006. Fabricamos no semestre menos que em períodos anteriores. Por outro lado, o comércio nunca vendeu tanto — já que os preços não subiram. A conclusão é obvia: estamos perdendo mercado para os importados, principalmente da China?, diz o presidente do Sindivest/Sindiroupas.
Sobre as importações, Zelazny critica o sistema alfandegário para os produtos da cadeia têxtil nos portos: ?Os tecidos ? matéria-prima do setor ? recebem luz vermelha (são sempre parados e vistoriados criteriosamente). Já as roupas prontas passam livremente com sinal verde pela Alfândega. Há algo de muito errado nisso, porque quem gera um número elevado de empregos são as confecções que empregam até três trabalhadores por máquina de costura?.
?Soma-se a esses fatores, aos importados ilegais (subfaturamento e outros descaminhos), o dólar baixo e a falta de inverno. Esse é o atual quadro das confecções brasileiras?, diz o presidente do Sindivest/Sindiroupas. "Geramos emprego fora do Brasil e divisas para empresas e países estrangeiros. Essa é a ‘sensibilidade’ do Governo com a indústria e trabalhadores brasileiros", protesta o presidente do Sindivest/Sindiroupas.