Mais dez imóveis serão demolidos em conseqüência do desabamento nas obras da Estação Pinheiros do Metrô da capital paulista. Eles foram condenados pela Defesa Civil, que concluiu ontem a vistoria nas 69 casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais interditados desde o acidente. Até ontem, três casas delas já haviam sido derrubadas. Segundo o subprefeito de Pinheiros, Nilton Nachle, 42 imóveis vão permanecer interditados por tempo indeterminado e 14, a maioria comercial, foram liberados.
As construções interditadas estão localizadas em uma área muito próxima à cratera, onde o solo ainda não está totalmente estabilizado. "Há também os imóveis que ficam no raio de alcance da grua, que precisa ser desmontada", explicou o subprefeito. O Consórcio Via Amarela (responsável pela obra) definirá a data das demolições.
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, José Augusto Viana Neto, esteve no local do acidente e ofereceu laudo sobre a situação das casas e do valor de mercado de cada imóvel. Esse laudo serviria de base às indenizações. Pelos cálculos do Creci, o valor do metro quadrado em Pinheiros é R$ 1,7 mil. De acordo com Viana Neto, na área do acidente, o metro quadrado vale entre R$ 800 e R$ 3,5 mil. "O acidente deve provocar uma desvalorização ainda não estimada nos imóveis do entorno, mas isso será compensado assim que a estação estiver pronta, porque normalmente o metrô valoriza a região, e a área tem grande potencial de verticalização." Segundo o Creci, de 2003 a 2006 o metro quadro em Pinheiros valorizou 23,8%.
"Os proprietários dos imóveis danificados pelo acidente devem ser ressarcidos pelo valor anterior à crise e também pela perspectiva de valorização futura", afirmou o diretor da Empresa Brasileira de Avaliações de Imóveis e da seção São Paulo da Bolsa de Imóveis do Rio, José D’Ávila. Segundo ele, é possível fazer um levantamento retroativo ao desmoronamento. "Os imóveis das Ruas Capri e Gilberto Sabino se valorizaram nos últimos anos com a construção do prédio da Editora Abril e as obras da Estação Pinheiros do Metrô", declarou. Para D’Ávila, tudo vai depender do destino que será dado aos terrenos e imóveis após a conclusão do laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).