A concorrência com os produtos importados da China tem afetado 54% dos exportadores brasileiros. No mercado interno, uma em cada quatro empresa nacional disputa espaço com os artigos chineses.

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Por causa disso,6% das empresas brasileiras deixaram de vender seus produtos para o exterior.No mercado interno, 52% das empresas perderam clientes. Entre os setores mais prejudicados estão o têxtil;vestuário e calçados; eequipamentos hospitalares e de precisão.

Os dadossão da Sondagem Especialda Confederação Nacional das Indústrias (CNI), divulgada no último dia 9. Essa foi a primeira vez que a entidade realizou uma pesquisa com foco no impacto dos produtos chineses para as exportações brasileiras.

Para o professor de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) Cláudio Dedeca, a procura por essas mercadorias e o impacto delas no mercado nacionaldeve-se ao preço mais acessível Issoatrai principalmente os consumidores de baixa renda, que vêem a possibilidade de consumir pagando pouco.

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Segundo ele,os produtosque entram no país muitas vezes não seguem os padrões de qualidade estabelecidos pela legislação brasileira, o que pode acarretar problemas para o consumidor como assistência técnica e reposição de peças, caso o produto apresente defeito no futuro.

Somos muito displicentes quanto ao controle da entrada de produtos importados no país. Deveríamos assumir essa posição para que o consumidor seja protegido contra a má qualidade dessas mercadorias. Isso o país não faz, e permite que haja uma concorrência desleal para as empresas nacionais, disse, em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.

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Dedeca avalia queo baixo crescimento da economia brasileira também agrava o problema, já que os baixos preço desses artigos funcionam como atrativo para um número cada vez maior de desempregados. Fatos que retiram da indústria brasileiraa possibilidade de competir nomercado interno.

Para o professor, aimpressão que se tinha eraque a comercialização desses produtos se dava apenas em barracas de camelôs espalhadas pelas cidades. Elelembra queisso não ocorremais, e nomercado formal também é possível encontrarartigos chineses para a venda.

Hoje, esses produtos entram tanto pelo comércio informal quanto pelo estabelecido. Se nós entrarmos em qualquer site de grandes estabelecimentos, encontraremos esses produtos a venda, acrescentou.

Dedecaressaltaque as próprias empresas brasileiras usam matérias-primas importadas para reduziro custo final de produção Eu posso comprar uma roupa confeccionada no Brasil, mas que utiliza tecido chinês. Então, os efeitos da importação não se dão apenas por responsabilidade do segmento informal da economia

O estudo da CNI foi feitoentre os dias 5 de janeiro e 1o de fevereiro de 2007. Foram consultadas 1581 indústrias, sendo 1367 de pequeno e médio portes e 214de grande porte.