O conclave começará na segunda-feira (18), mas a amanhã (17) mesmo os cardeais
já abandonarão suas casas e hotéis em Roma e passarão a viver dentro dos muros
do Vaticano, mas especificamente na Casa Santa Marta. "Vou levar uma mala
pequena", afirmou o cardeal de Salvador, d. Geraldo Majella Agnelo, confiante
que uma decisão será tomada de forma rápida. Somente na própria segunda-feira
(18) é que os cardeais vão decidir se já começarão o primeiro dia de reuniões
com uma rodada de votações. Segundo o Vaticano, 115 cardeais vindos de 52 países
e representando os continentes terão o dever de escolher o 264° sucessor de São
Pedro, o primeiro papa.
O processo de escolha, porém, exige um ritual
detalhado. Amanhã (17), os cardeais terão até ‘as sete horas da noite para
ingressar no Vaticano e jantarão juntos pela primeira vez. Na segunda-feira
(18), às 10 horas do horário de Roma, (5h00 da manhã do horário brasileiro),
será celebrada uma missa de intenção "para a eleição do supremo pontífice".
Finalmente, ‘as 4:30 da tarde (11h30 do horário de Brasília), os cardeais
partirão em uma procissão para a Capela Sistina para então se fecharem até que
tenham o nome do novo papa. Conscientes do poder da mídia nesse evento, o
Vaticano transmitirá as imagens dessa procissão ao vivo para mais de 100
países.
Dentro da Capela Sistina, o primeiro ato será o juramento de cada
um dos cardeais para manter em absoluto sigilo o conteúdo das eleições e seu
voto pessoal. Com as mãos sobre o evangelho, terão de dizer: "Prometo, me obrigo
e juro". Segundo o Vaticano, o juramento não apenas será sobre manter o
silêncio, mas para garantir que o escolhido se comprometa a cumprir a função de
"pastor da igreja universal".
Com o fim do juramento, os religiosos que
não podem votar sairão da sala, com excessão do cardeal Tomas Spidlik, que será
responsável por uma meditação aos demais cardeais. Ele também terá de sair do
local após o término da meditação.
Durante o conclave, o dia-dia dos
cardeais começará as 7:30 da manhã como a celebração de uma missa. ‘As 9 horas,
eles se reunirão para os debates, seguido por duas votações ainda pela manhã.
Outras duas votações ocorrerão ‘a tarde. Uma oração final será feita todos os
dias.
No final da manhã e no final da tarde, os votos depositados pelos
cardeais serão queimados e uma fumaça sairá pela chaminé instalada no teto da
Capela Sistina. Se houver uma decisão sobre quem será o novo papa, a fumaça será
branca. Mas enquanto o novo nome não for escolhido, o Vaticano usará um agente
químico para deixar a fumaça negra. A cada três dias de votação, os cardeais
irão interromper por um dia seus trabalhos para "refletir e orar".
Para
que o Papa seja eleito, serão necessários dois terços dos votos dos 115
cardeais. Mas se depois de 33 eleições não houver um papa, ao cardeais se
reunião para votar como continuarão o debate. Uma das opções é de que a escolha
seja por maioria absoluta. Durante esse período, os turistas não poderão ir aos
jardins do Vaticano e nem a cúpula da Basílica de São Pedro. Já a gruta onde
está o túmulo de João Paulo II, que está sendo visitado por milhares de pessoas,
continuará aberta