A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realizará oito leilões na próxima semana (24 a 27 de abril). Serão comercializadas 380 mil toneladas de milho, 41,8 mil toneladas de trigo, 120 mil toneladas de arroz e 164,7 mil toneladas de mandioca, por meio dos Prêmios de Escoamento do Produto (PEP), Opção Privada (Prop) e venda direta. Todas as operações serão realizadas pelo Sistema Eletrônico de Comercialização da Conab (SEC).
Milho
São três leilões por meio do PEP. O primeiro está marcado para segunda-feira (24/4), às 10h e os outros dois para quinta-feira (27/4), no mesmo horário. Na segunda serão ofertadas 350 mil toneladas de milho produzido no Paraná (300 mil toneladas) e no Mato Grosso do Sul. O produto poderá ser adquirido por quaisquer interessados que comprovem o escoamento do produto para o Nordeste.
Na quinta-feira, serão realizadas duas operações. Na primeira, serão leiloadas 30 mil toneladas de milho produzido em Goiás, e, na segunda, 55 mil toneladas produzidas no Paraná. O produto poderá ser adquirido por avicultores, suinocultores e indústrias de ração animal estabelecidos nas regiões Norte (excetuando-se os estados de Rondônia e Acre) e Nordeste, no Espírito Santo e no norte de MG.
A Conab já ofertou 550 mil toneladas de milho por meio do PEP neste ano. Do total, foram negociadas 325,5 mil toneladas. Essas operações são realizadas para garantir um preço mínimo ao produtor, uma vez que há excesso de produto no mercado.
Trigo
Na terça-feira (25/4), a Conab realizará dois leilões de venda de trigo em grãos, totalizando 41,823 toneladas do produto. A primeira operação, na qual serão leiloadas 26,614 toneladas, terá início às 10h.
Já foram comercializadas 239,5 mil toneladas desta cultura neste ano. No entanto, essas vendas foram feitas por meio do PEP. O trigo a ser vendido agora faz parte dos estoques da Conab nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul e é residual das safras de 2004 e 2005. O valor inicial do leilão variará de R$ 17,40 a R$ 22,20 por saca de 60 kg, de acordo com a qualidade do produto.
Arroz
A Conab promoverá o escoamento da produção de arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina em dois leilões a serem realizados na próxima quinta-feira. No primeiro, serão leiloadas 60 mil toneladas de arroz em casca produzido no RS por meio do PEP. Os arrematantes deverão comprovar o transporte ou a comercialização final do produto para a região Nordeste.
Logo depois será feito um leilão por meio do Prop, no qual serão comercializados 2.222 contratos de opção de venda, totalizando 59.994 toneladas. Desses contratos, 1.482 (cerca de 40 mil toneladas) são para o RS e os outros 740 para SC. Os arrematantes deverão comprovar o escoamento do produto para fora dos estados produtores. O valor de cada contrato está fixado em R$ 12.042,00, e o prêmio para os arrematantes será de R$ 2.862,00 por contrato.
Mandioca
Também na próxima quinta-feira serão oferecidos 6.100 contratos de opção de venda de mandioca, por meio do Prop. São 4 mil contratos de 27 toneladas para compras de produtores do Paraná, 1.300 contratos para o Mato Grosso do Sul e 800 para São Paulo.
No total, são 164,7 mil toneladas do produto. Poderão participar do leilão indústrias de farinha de mandioca, fécula ou seus derivados, que deverão comprovar o escoamento do produto do estado de origem. O prêmio máximo a ser pago aos arrematantes será de R$ 675 por contrato, e o valor de referência da aquisição é de R$ 2.835,00 por contrato. Esse é o segundo leilão de mandioca pelo Prop este ano. No primeiro, foram negociados 255 contratos.
Mapa testa nova forma de pagamento
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá testar, nos próximos pregões de algodão, um novo modelo para pagamento do Prêmio de Escoamento de Produção (PEP). O objetivo é que o repasse, feito ao setor privado para compensar a diferença entre o preço de mercado e o preço oficial garantido pelo governo, seja encaminhado direto para os produtores. Hoje, o benefício é pago aos compradores da matéria-prima.
?A alteração é uma demanda do próprio setor, mas poderá ser estendida para outras culturas?, disse secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin. Ele acrescentou que a mudança já está em estudo na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e que a portaria com as novas regras sai em quatro semanas. Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Eduardo Logemann, a mudança reflete a sintonia e o apoio do governo ao setor algodoeiro. A direção da entidade foi recebida nesta semana, em Brasília, pelo ministro Roberto Rodrigues.
Os leilões de algodão, ainda sem data definida, somam 460 mil toneladas, sendo 450 mil em operações de PEP e Prêmio de Risco de Opção Privada (Prop) e 10 mil em Aquisições do Governo Federal (AGF). No total, o valor chega a R$ 253 milhões. O dinheiro faz parte do conjunto de medidas anunciadas pelo Mapa na semana passada para apoiar a comercialização da produção agrícola. De acordo com Longemann, o valor equaliza o preço mínimo interno de 40% da safra, estimada em 1 milhão de toneladas. A Abrapa quer um adicional de R$ 100 milhões para atingir 560 mil toneladas.
O setor alega que, além da redução de área plantada (cerca de 20% nesta safra), enfrenta também problemas de baixo preço e clima adverso. As chuvas desta época do ano estão causando o apodrecimento das maçãs do algodão, que começa a ser colhido nos próximos 20 dias.A expectativa de é de uma queda de 15% na produtividade. Ivan Wedekin destacou que novo aporte de recursos para apoiar o setor algodoeiro irá depender de complementação orçamentária e das vendas dos estoques do governo.