Brasília ? O aumento do consumo de álcool combustível deve refletir no campo este ano, segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A empresa, vinculada ao Ministério da Agricultura, prevê safra recorde de cana-de-açúcar este ano, com um aumento significativo em relação à safra 2005/2006.

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O recorde será possível graças ao aumento consumo, segundo Eledon Pereira de Oliveira, gerente de Levantamento e Avaliação das Safras do Conab. Um dos indicadores disso, segundo ele, é o aumento do consumo do álcool é o crescimento da produção de carros com motor bicombustível. "O consumo interno está crescendo muito, principalmente porque a maioria dos carros produzidos hoje são de motor bicombustíveis", afirmou. Segundo levantamento da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), 73% dos carros vendidos em janeiro deste ano eram bicombustíveis (flex).

Para calcular o exato crescimento da safra de cana-de-açúcar, a partir de hoje (2) até 31 de maio, a Conab vai entrevistar representantes de 370 usinas e 60 entidades públicas e privadas das regiões Centro-Sul, Norte e Nordestes que cultivam a cana-de-açúcar. O levantamento é feito para saber com precisão quanto vai crescer a produção de cana no país. "Está havendo a construção de novas usinas para produzir cana, açúcar e álcool. A cada usina que entra, isso significa que tem uma área maior produzindo cana", afirmou Oliveira.

Ainda de acordo o gerente da Conab, além de entrevistar os produtores e usineiros, a companhia fará um mapeamento das áreas de produção por imagens de satélites. As imagens recebidas pelo satélite serão capazes de definir a área de plantio e a produtividade da cana com precisão. "As imagens de satélite vão subsidiar o levantamento porque vamos confrontar as informações dos técnicos com as informações do satélite", destacou Oliveira.

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A safra anterior registrou 436,8 milhões de toneladas de cana, a maior produção registrada. A conclusão do levantamento sobre a estimativa da produção em 2006 vai subsidiar o governo federal nas decisões do agronegócio, principalmente no que se refere à destinação da matéria-prima agrícola, utilizada para produção de açúcar e álcool.