O diretor do Departamento de América do Sul do Itamaraty, Ênio Cordeiro, declarou nesta segunda-feira que o projeto de criação da Comunidade Sul-Americana de Nações tem uma dimensão mais ampla do que a de uma zona de livre comércio.
Ele avalia em que o projeto deverá estimular o diálogo político entre os 12 países da região e impulsionar a integração física (transportes, comunicações e energia) entre eles.
A comunidade deverá ser criada formalmente na quarta-feira, durante a 3ª Reunião de Presidentes da América do Sul, em Cuzco, Peru.
Entretanto, o anúncio deverá ter como base o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações (CAN).
Questionado sobre a situação de debilidade do Mercosul e uma aparente superficialidade existente no acordo do bloco com a CAN Cordeiro disse que os projetos não podem ser julgados por seu aspecto inicial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da reunião em Cuzco e deverá, paralelamente a ela, cumprir uma agenda bilateral como presidente do Peru, Alejandro Toledo.
Durante o encontro, ambos deverão reforçar o financiamento brasileiro para a Rodovia Interoceânica, que ligará Iñapari, na fronteira com o Acre, com os portos peruanos de Ilo e Matarani. O Programa de Estímulo às Exportações (Proex) deverá desembolsar 70% do valor do projeto, orçado em US$ 700 milhões.
Além disso, os Ministérios das Comunicações dos dois países deverão assinar memorandos de entendimentos visando à cooperação na área de serviços de roaming e de exportações por meio de remessas postais.