A segunda maior comunidade de árabes e libaneses do Brasil, em Foz do Iguaçu,
está programando uma solenidade especial em agradecimento à defesa pela paz que
o papa João Paulo II fez aos países do Oriente Médio. "Ele preferia o diálogo à
guerra. Foi o primeiro papa a visitar uma mesquita e levar palavras de conforto
em momentos de extrema crise em nosso país", descreveu o xeque, Taleb Jomha, de
37 anos.
Ao falar – somente em árabe – sobre a morte do maior
representante da igreja católica, o representante dos mais de dez mil imigrantes
e descendentes na fronteira entre o Brasil e o Paraguai colocou diversas vezes a
mão espalmada sobre o próprio peito. Disse sentir o mesmo que os
cristãos.
Descreveu as mudanças provocadas por João Paulo ao peregrinar
pelo Egito, Síria e Líbano. "Ele foi o primeiro a conhecer nosso sofrimento,
sentir nossa angústia e conhecer nossa Mesquita". O encontro entre as duas
facções religiosas foi em Damasco, na Síria, em 2000.
Também foi a
primeira vez que um papa esteve na Palestina e em Israel. "Ele dialogava com as
civilizações". O território esta em conflito desde 1948, provocado pela divisão
do país. "É isto que esperamos do próximo representante, que ele continue
defendendo a paz."