Compagas analisa plano para garantir abastecimento de gás boliviano

A diretoria da Companhia Paranaense de Gás (Compagas) esteve na tarde desta quinta-feira (9) na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em uma reunião com a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, para definir a participação da empresa no plano de contingência no consumo do gás natural.

O plano será elaborado pela Petrobras e pelo Ministério das Minas e Energia (MME), em conjunto com as distribuidoras, para garantir o abastecimento prioritário de gás natural no país caso a crise política na Bolívia se agrave.

O presidente da Compagas, Rubico Camargo, e os presidentes das distribuidoras de gás natural de SC, RS, MT, SP e RJ (consumidoras do gás boliviano) estarão presentes na reunião. ?No Paraná, nossa prioridade é garantir o cumprimento dos contratos com os clientes?, disse Rubico.

Os campos de gás natural ocupados pelos manifestantes bolivianos, próximos a La Paz e Santa Cruz, não são os explorados pela Petrobras. Mesmo assim, o volume do gás natural trazido para o Brasil pela estatal poderá ser reduzido porque na região foram bloqueadas algumas estradas que servem para escoar os combustíveis líquidos (gasolina e GLP) que são produzidos associados ao gás natural.

Com isso, sem lugar para armazenar os combustíveis líquidos, a produção da Petrobras nos campos próximos a La Paz e Santa Cruz, poderá ser reduzida. Ali estão cerca de 10% das reservas de gás natural na Bolívia e 40% da produção. A maior parte das reservas e da produção (inclusive a que vem para a Brasil) está em Tarija, ao sul do país, região de difícil acesso e que não está sendo alvo das manifestações.

O plano de contingência deverá prever uma redução na exportação do gás natural boliviano para o Brasil. Dos Estados que utilizam o gás boliviano, São Paulo e Rio de Janeiro têm outra fonte de abastecimento, o gás natural nacional, vindo da bacia de Campos. Por enquanto, esses Estados deverão aumentar o consumo do gás nacional, disponibilizando maior volume do combustível importado para MT, SC, PR e RS. A segunda alternativa deverá ser a redução, pela Petrobras, do fornecimento para as usinas Termoelétricas e para as refinarias.

No Paraná, o consumo da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, chega a 540 mil m³/dia. Esse volume é corresponde a 43% dos cerca de 1,24 milhão de m³/dia de gás natural consumidos no Paraná. A Compagas vende em média 700 mil m³/dia para os clientes dos mercados veicular, comercial, industrial, residencial e de geração de energia. ?Com a redução do consumo da Repar, vamos ter um fôlego para que o consumo dos clientes continue normalizado?, afirmou Rubico Camargo.

Hoje, a Compagas é responsável pela distribuição do gás natural a sete municípios (Curitiba, Araucária, Campo Largo, Balsa Nova, Palmeira, Ponta Grossa e São José dos Pinhais). Para 2005, a empresa trabalha na expansão do mercado residencial (o gás natural hoje já chega a 930 apartamentos) e do fornecimento para a região norte do Estado (eixo Londrina-Maringá) do gás natural liquefeito ou comprimido.

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