Comitê faz simulações sobre o futuro das fontes de energia no Brasil

O Brasil possui uma matriz energética limpa, da qual 43,6% são recursos renováveis, contra 13,6% de outros países do mundo, em média, e apenas 6% dos países desenvolvidos. Em 2004, 75% da energia elétrica brasileira foi de origem hidráulica, e a gasolina do país tinha 25% de álcool combustível. Esse panorama foi traçado pelo Comitê Brasileiro do Conselho Mundial de Energia, entidade que engloba produtores, consumidores e pesquisadores para debater o uso sustentável do setor.

O comitê já elaborou projeções sobre a oferta de energia para as próximas duas décadas. A simulação leva em conta as reservas existentes de petróleo, gás natural, potencial hídrico e nuclear. A participação de eletricidade na demanda final de energia que, em 2002, foi de 16% deverá atingir 20% em 2030. A oferta líquida de gás natural, que alcançou 5,2% de toda a oferta de energia primária em 2002, deve atingir até 2030 cerca de 11,2%. O comitê estima que a participação do carvão como energia primária ficará estável, elevando-se de 6,6% em 202 para 7,4% em 2030.

Em relação à energia nuclear, a expectativa é que se chegue a 10,4% da eletricidade gerada em 2030, abaixo da média mundial. Em 2002, após a entrada em funcionamento de Angra 2, essa porcentagem foi de 3,7%. Segundo as projeções do comitê, haverá ampliação da utilização energia nuclear e do gás natural na geração de eletricidade. Com isso, a participação da hidreletricidade na geração de energia elétrica brasileira deverá sofrer redução, passando de 83% em 2002, para 67% em 2030.

As reservas brasileiras incluem 11,2 bilhões de barris de petróleo e 326,1 bilhões de metros cúbicos de reservas de óleo e gás. Neste ano, esse potencial dará ao Brasil a autosuficiência na produção de petróleo. O potencial hidráulico do país é de 260 gigawatts (GW), dos quais somente 35% foram até agora aproveitados, disse o presidente do Comitê Brasileiro, Norberto Medeiros. As previsões feitas pela entidade indicam ainda que haverá aumento da participação da energia importada para 42%, em 2030, contra 28% em 2002.

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