Para colocar em prática os acordos e convênios assinados durante a missão comercial que liderou à Venezuela, o governador Roberto Requião criou nesta quarta-feira (30) um grupo de trabalho denominado ?Comitê de Pilotagem?. Incentivado pelos negócios iniciais que chegaram perto de US$ 300 milhões, o governador quer que estes acordos já estejam bastante avançados até março, quando o Paraná recebe uma missão que o presidente Hugo Chávez e empresários venezuelanos vão fazer no Estado.
?Este comitê terá que traçar um cronograma contendo as estratégias para concretizar os acordos. Temos que ver todas as dificuldades, acompanhar todos os projetos e, se for necessário, trazer as dificuldades até mim para que eu interfira no andamento das coisas junto ao governo venezuelano. Se nós temos dificuldades operacionais, a Venezuela tem ainda mais, então temos que fazer um esforço para isto andar?, declarou Requião.
O comitê vai se reunir a cada 10 dias para que o grupo possa fazer um acompanhamento das ações, tanto dos acordos públicos como privados. Os acordos fechados durante a missão serão cadastrados num software do Conselho Revisor, operado pela Secretaria Estadual de Planejamento.
O secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), irá acompanhar as negociações junto aos empresários. ?Já estou conversando com o responsável do centro de geração de negócios da Fiep, onde vamos acompanhar todas as negociações e vendo as dificuldades, que serão repassadas a mim a cada 10 dias?, declarou.
O governador pediu para que o comitê repasse cópia de todas as correspondências relativas às negociações ao embaixador da Venezuela para que o governo venezuelano acompanhe os esforços feitos pelo Paraná e possa também interferir junto a eventuais dificuldades.
?Estaremos mostrando tudo que está sendo feito para daqui a três meses, quando os empresários estiverem aqui, não termos mais problema nenhum e possamos aumentar as importações e exportações para a Venezuela?, declarou Requião.
Também estiveram presentes na reunião o secretário do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), Santiago Gallo; o secretário estadual de Comunicação, Aírton Pisseti; o presidente da Cohapar, Luiz Cláudio Romanelli; chefe do Cerimonial, Jacir Bergman II; secretário de Educação, Mauricio Requião; diretor administrativo, financeiro e jurídico da Ferroeste, Samuel Gomes; secretário de Planejamento, Reinhold Stephanes; presidente da Sanepar, Stênio Jacob e outros diretores e técnicos do governo estadual que integraram a comitiva para a Venezuela.
Expansão
De acordo com Virgílio, o volume de negócios iniciais de quase US$ 300 milhões com a Venezuela passou a despertar o interesse de muitos empresários paranaenses que não participaram da missão. ?Eles agora estão vendo que foi uma missão que buscou resultados reais?, afirmou.
De acordo com o secretário, antes da viagem, era pequeno o interesse dos empresários paranaenses porque havia receio de que a Venezuela seria um país com dificuldades burocráticas de operacionalizar negócios. ?O que ocorreu foi contrário. Como foi uma missão governamental, os dois lados abriram as portas e desburocratizaram ações?, explicou.
Uma das ações que comprovam a vontade política dos governos paranaenses e venezuelanos em fazer com que os negócios se ampliem é a expansão da infra-estrutura portuária. O Porto de Paranaguá e os Portos de Cabello, Guanta e La Guaira passarão a ter linhas comerciais exclusivas para o transporte de produtos entre o Brasil e a Venezuela.