A Comissão Mista que analisa mudanças no rito de tramitação das Medidas Provisórias (MPs) deve votar na próxima quinta-feira (19) seu relatório final. Entre as principais mudanças estão alterações no prazo de início de vigência e de votação das medidas. "Vamos fazer o possível para que se vote logo para acabar com essa onda de MPs. Não dá para conviver dessa forma, infelizmente. Não é problema desse governo, isso é um problema que se agravou ao longo dos outros governos, mas chegou a hora de mudar", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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O relatório propõe que as MPs tramitem por 60 dias na Câmara, 45 dias no Senado e 9 dias na Casa revisora. A Medida Provisória trancaria a pauta quando fossem ultrapassados 2/3 do prazo total de tramitação em cada Casa. Atualmente, quando vence o prazo tramitação, a MP ganha prioridade de votação sobre outras matérias.

Pela proposta, também caberia à Comissão de Constituição e Justiça avaliar a constitucionalidade, urgência e relevância do texto. Se a comissão decidir que a proposta não é urgente, a MP passaria a tramitar como um Projeto de Lei.

O relator da proposta, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), afirma que as MPs serão analisadas em comissões especiais e, caso se esgotem os prazos de tramitação, o Plenário ainda terá dez dias para votar o relatório. "O que não acontece hoje. Hoje o parlamentar vota MP no Plenário sem saber exatamente o seu conteúdo. Agora ninguém vai poder reclamar porque todos os partidos se fazem presentes nessas comissões. Quando chegar ao plenário, já vai estar exaustivamente debatida nas comissões temáticas".

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Há divergências, no entanto, em relação ao momento em que as MPs entrarão em vigor. Hoje o conteúdo da MP passa a vigorar logo que é editado pelo Executivo. A Comissão propõe que o conteúdo passe a vigorar somente após a aprovação de urgência e relevância da medida.

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente da Comissão Mista, defende que as CCJ da Câmara e do Senado avaliem rapidamente a urgência da MP antes que ela entre em vigor. "A MP existe, o que não pode existir são os efeitos causados por ela, se amanhã for tornada sem efeito por causa da urgência e eficácia". Para o senador, as conseqüências de derrubar uma MP cujo conteúdo já está em vigor são maiores do que aguardar alguns dias para efetivar a medida.

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Para o relator da proposta, deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), com esse prazo, a MP perderá sua principal característica. "A MP justamente só deve ser editada em casos de urgência e relevância. Se puder esperar dez dias, ela perde a característica de urgência".

A reunião da Comissão Mista também concluiu as propostas para mudar a tramitação do Orçamento. O relatório deverá ser discutido pelos partidos na próxima semana.