Comissão interamericana avalia que jornalismo ainda é profissão de risco na AL

Brasília – A situação dos jornalistas na América Latina é uma das mais vulneráveis, tanto por conta da situação de risco como pela precariedade das condições de trabalho. A avaliação do representante da Federação Internacional de Jornalistas para a América Latina, Gregório Salazar, se aproxima da análise da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre a situação da liberdade de expressão na região.

Dados da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão dessa comissão, referentes à  situação durante o trimestre abril-junho de 2006 revelam o índice de violência nas Américas. Nesses três meses, três jornalistas foram assassinados: um no Brasil e dois na Venezuela. Também foram registrados 50 casos de agressões físicas contra comunicadores sociais, além de processos penais contra jornalistas. A comissão se diz preocupada também com outras formas de calar os profissionais de imprensa, tais como a censura prévia judicial, demissões, denúncias de espionagem além de casos de discriminação de acesso a atos oficiais.

A análise da relatoria tem como objetivo ressaltar os avanços referentes à liberdade de expressão  na América Latina e de  contribuir com adoção de mecanismos capazes de aumentar a vigência do direito a liberdade de pensamento e expressão. Gregório Salazar explica que Cuba, México, Colômbia, Venezuela e Peru são os países que mais desrespeitam o direito à livre expressão. ?É onde acontecem situações de confronto entre o governo e os meios de comunicação e o governo e os jornalistas?.

Ele cita a questão paramilitar na Colômbia como um dos principais fatores que influenciam a relação da imprensa com o governo. Já na Venezuela, a polarização política do país seria a responsável pelas agressões a jornalistas. ?A realidade é heterogênea, mas a realidade jornalística na América Latina tem um alto grau de vulnerabilidade, que tem a ver, principalmente, com desemprego e insegurança?.

A organização Jornalistas Sem Fronteiras avalia que a situação dos jornalistas na América só pode ser comparada à situação no Oriente Médio.

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