Brasília – A proposta de criação de uma comissão especial sobre defesa e segurança integral da Amazônia foi apoiada por seis dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), na 1ª Reunião de Ministros da Defesa dos países que a integram. O encontro aconteceu na última quinta-feira, em Bogotá, na Colômbia.
Criada em 2003, a OTCA é um organismo multilateral que reúne Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela ? os oito países que integram a Amazônia – para promover ações para o desenvolvimento da região. A sugestão, feita pelo Peru, faz parte da ata final do encontro, assinada ontem (14) pelos ministros da Defesa da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Suriname e pela a diretora de assuntos políticos multilaterais do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
A idéia é que a nova comissão estude as prioridades relacionadas à segurança na região. Sua criação está prevista no artigo 24 do Tratado de Cooperação Amazônico, que tem como finalidade apoiar as políticas setoriais da OTCA. A criação do grupo será recomendada durante a próxima Reunião dos Ministros das Relações Exteriores da organização, ainda sem data prevista. No documento, os ministros se comprometem a ?avançar na interlocução política sobre questões específicas de interesse dos Estados Membros da OTCA, especificamente sobre a defesa e segurança integral da Amazônia em vista da crescente ameaça que a afeta?, diz a ata.
O crime transnacional organizado (que envolve o tráfico de drogas ilícitas, armas e munições), a interdição e sistemas de vigilância e proteção da Amazônia, além do tráfico ilegal de espécies e recursos florestais da flora e fauna amazônica foram os principais assuntos discutidos durante a reunião de ministros da Defesa.
Em entrevista à Agência Brasil, a secretária-geral da OTCA, Rosalía Arteaga, disse que a reunião foi muito importante ?principalmente porque foi a primeira vez que ministros da Defesa se reuniram para tratar de questões como água, proteção ambiental e perigos contra a biodiversidade?. Segundo Arteaga, ?é muito bom que o assunto não seja discutido apenas por ministros do Meio Ambiente, mas que tenha um alcance maior por intermédio dos ministros da Defesa e com isso ganhe um caráter de segurança nacional."