A comissão de sindicância que apura denúncia de quebra de decoro parlamentar
pelo deputado Roberto Jefferson ouviu esta manhã, em reunião reservada, o
presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PE).
Pedro Corrêa levou para o
depoimento dez pastas com informações financeiras e fiscais dele e de alguns
membros de sua família. Entre os documentos, ele disse que estão as prestações
de contas referentes a suas três últimas campanhas eleitorais.
O relator
da comissão, deputado Robson Tuma (PFL-SP), considerou importante a entrega dos
documentos, uma vez que a comissão não tem poder de quebrar o sigilo. "Quando o
parlamentar se propõe a entregar a quebra de todos os sigilos é uma demonstração
de contribuição".
Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados realizado na última terça-feira (14) Roberto Jefferson disse que Pedro
Corrêa sabia e estava envolvido no suposto esquema do "mensalão", em que
deputados do PP e do PL recebiam R$ 30 mil do PT.
Pedro Corrêa disse ter
negado, em seu depoimento, conhecer o esquema das mesadas. "Neguei ouvir a
história de mensalão". O líder do PP, José Janene (PR), e o deputado Pedro Henry
(PP-MT), também citados por Jefferson, foram ouvidos ontem pela comissão de
sindicância.
De acordo com o corregedor-geral, Ciro Nogueira (PP-PI), o
clima dos depoimentos têm sido "o melhor possível". "Todos os trabalhos são
sigilosos. Não posso falar se os outros dois parlamentares entregaram
documentos".
A comissão de sindicância quer ouvir 41 pessoas, entre elas
quatro ministros ? José Dirceu, da Casa Civil; Aldo Rebelo, da Coordenação
Política; Ciro Gomes, da Integração Nacional e Walfrido Mares Guia, do Turismo.
As audiências são sigilosas e podem ocorrer em qualquer lugar, seja no
ministério, ou na residência da pessoa.
O depoimento do deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ) está marcado para às 11 horas da próxima quarta-feira e deve
ocorrer na casa do parlamentar.