Brasília – A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal realizará na próxima terça-feira (30), a partir das 10 horas, audiência pública para discutir a venda da Embratel, que pertencia à americana MCI, à mexicana Telmex, por US$ 360 milhões, valor US$ 190 milhões abaixo do oferecido pelo consórcio de teles fixas Telemar, Telefonica e Brasil Telecom, que oferecia US$ 550 milhões pela empresa.
A audiência pública foi solicitada pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que considerou ?estranho? que a venda tenha sido feita por um preço muito abaixo do oferecido pelo consórcio brasileiro, envolvendo uma empresa que emprega aproximadamente 15 mil trabalhadores diretos e indiretos. Para debater a venda da Embratel foram convidados representantes do Ministério das Comunicações, da própria Embratel, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), das empresas consorciadas (Telemar, Telefonica e Brasil Telecom), da empresa compradora Telmex, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Fazenda.
Ney Suassuna afirma, em seu requerimento, aprovado pela comissão, que, com a audiência pública, quer ?esclarecer a sociedade sobre a política de gestão de pessoal, competição no mercado de telefonia local e de longa distância nacional e internacional, política de investimentos e questões inerentes à segurança pública?.
Ney Suassuna disse estar preocupado com a questão de segurança nacional que representa o satélite Star One e a Banda X, que detêm o controle de informações, inclusive militares, e também com o monopólio que pode ser formado com essa compra da Embratel pelo grupo Telmex, do empresário mexicano Carlos Slim. Ele lembrou que o empresário já é uma das maiores fortunas da América Latina e que caminha para o controle absoluto das telecomunicações no continente e do controle de uma fatia muito grande das telecomunciações no Brasil.
