Em entrevista dada há pouco no Palácio do Planalto, o presidente do PT e atual
ministro da Educação, Tarso Genro, não descartou a possibilidade de que
integrantes da legenda apontados como participantes do esquema do mensalão,
entre eles o deputado José Dirceu (PT-SP), sejam chamados a dar explicações para
a Comissão de Ética do partido.

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Ele procurou minimizar, no entanto, as
declarações feitas ontem na CPI dos Correios pela mulher do empresário Marcos
Valério, Renilda Santiago Fernandes, segundo a qual Dirceu sabia do esquema de
arrecadação de fundos para o PT que seria operado por Valé rio. "Por enquanto, é
o depoimento de uma pessoa (Renilda) que não está comprometida com dizer a
verdade", disse Tarso Genro, lembrando que a mulher de Valério, beneficiada por
decisão judicial, depôs na CPI sem ter sido obrigada a assinar o termo de
compromisso de dizer a verdade. "Portanto", acrescentou, "esse depoimento não
pode ser valorizado como prova, e o que ela disse terá que ser confrontado com
eventuais documentos".

Tarso Genro afirmou ainda que a direção do PT não
vai procurar abafar a participação de nenhum petista no esquema investigado pela
CPI. "Do ponto de vista partidário não temos nenhuma discriminação positiva nem
negativa em relação a qualquer quadro do partido. Eu mesmo, se eventualmente for
mencionado com respeito a qualquer irregularidade, posso ser levado à Comissão
de Ética. Todos os nossos militantes e dirigentes têm de dar exemplo em relação
a essas questões", disse o presidente do PT.

Tarso Genro afirmou ainda
que vai propor que todos os integrantes do PT que foram denunciados como
integrantes do esquema do mensalão remetam ao partido um relatório com
explicações sobre o fato. O presidente do PT, que esteve reunido com o ministro
das Relações Institucionais, Jaques Wagner, embarca logo mais para Porto Alegre
na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita nesta tarde o
Rio Grande do Sul.

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