Um comitê das Nações Unidas para o combate ao racismo decidiu questionar a política israelense para a preservação de locais sagrados, pedindo ao país que explique se protege lugares tidos como santos por outras religiões, além do judaísmo.
Espera-se que representantes israelenses compareçam ainda nesta semana à comissão, formada por 18 especialistas independentes que supervisionam o cumprimento do tratado da ONU contra o racismo, firmado há 38 anos.
A audiência poderá servir de munição no debate sobre as obras realizadas por Israel na vizinhança da colina reverenciada pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como Santuário Nobre. O protesto vem atraindo protestos no mundo islâmico.
"Até o momento, 120 locais foram declarados sagrados, todos judeus", afirma a lista de questões levantada pelo Comitê das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial. O questionário foi elaborado antes da irrupção da polêmica atual.
Há duas semanas, arqueólogos israelenses iniciaram uma escavação antes da construção de uma nova rampa para pedestres, conduzindo até o topo da colina.
"A maioria dos locais sagrados também são considerados locais de antiguidades", diz um relatório entregue por Israel ao comitê, em 2005, onde argumenta que a lei também protege os sítios muçulmanos.
Israel cita, no relatório, que a Suprema Corte do país ainda precisa decidir se o governo é obrigado a dar aos locais sagrados islâmicos o mesmo status desfrutado pelos sítios religiosos judaicos. A despeito disso, o texto afirma que as leis existentes protegem todos os locais sagrados, ao exigir que escavações e obras de engenharia peçam autorização governamental se forem localizadas porto de sítios religiosos, judaicos ou não.