A comissão de sindicância criada para investigar denúncias contra o deputado André Luiz (PMDB-RJ) deu ao parlamentar prazo de cinco sessões ordinárias da Câmara dos Deputados para apresentar sua defesa, o que poderá ser feito por escrito. Segundo o coordenador da sindicância, deputado Luiz Piauhylino (PTB-PE), a comissão escolheu a deputada Iriny Lopes (PT-ES) para relatar o processo. A comissão vai também pedir à direção da revista Veja a fita com gravações que supostamente incriminam André Luiz na tentativa de extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
O deputado André Luiz receberá um ofício com a convocação para que faça sua defesa. As sessões ordinárias do plenário da Câmara começam a ser contadas a partir de amanhã, o que, teoricamente, esgotaria o prazo para apresentação de defesa no dia 5 de novembro.
A comissão também vai requisitar à Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Loterj, criada para investigar irregularidades na loteria que administra os jogos no Estado. A votação do relatório foi antecipada para ontem por causa das denúncias de que dinheiro da extorsão supostamente feita por André Luiz seria usado para o pagamento de 40 deputados estaduais, com o objetivo de que o nome de Cachoeira fosse retirado da lista de indiciados na CPI.
O relatório da CPI pede o indiciamento de Carlinhos Cachoeira, do ex-assessor da Casa Civil e ex-presidente da Loterj Waldomiro Diniz e de mais 18 pessoas acusadas de corrupção e formação de quadrilha.
A comissão de sindicância da Câmara deve ser reunir pela segunda vez no dia 4 de novembro. Piauhuylino não antecipou se vai convocar outros envolvidos no caso para prestar esclarecimentos. Segundo ele, os próximos passos da comissão serão definidos a partir da defesa de André Luiz e da análise das gravações que serão entregues pela revista Veja. As fitas serão degravadas e encaminhadas a um instituto técnico oficial para serem periciadas. O parlamentar espera concluir os trabalhos em um mês.
A relatora Iriny Lopes disse que não fará nenhum julgamento prévio sobre a questão. ?Se houver prova material completa, vai-se cumprir o regimento?, observou. O parecer final sobre as investigações será encaminhado à Mesa Diretora da Câmara, que poderá pedir o arquivamento do processo ou o prosseguimento das apurações.
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