Comissão avaliará relatório sobre buscas na região do Araguaia

Uma reunião com a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos avaliará nas próximas semanas o relatório das ações de busca de ossadas realizadas em Xambioá (TO). A informação é do ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, em nota divulgada ontem (11), quando terminou a primeira fase desse trabalho.

O grupo encontrou vestígios de ações de repressão à Guerrilha do Araguaia no local, segundo a nota, “como cápsulas de bala e embalagens de remédios, que comprovam ter funcionado ali uma base militar”. Os trabalhos foram realizados por uma equipe de especialistas nacionais e internacionais em uma área demarcada de aproximadamente 815 metros quadrados, de acordo com indicações de ex-militares que participaram da guerrilha. Nos locais escavados estariam enterrados os corpos de Walkíria Afonso Costa, Osvaldo Orlando da Costa, Pedro Alexandrino e Batista, todos mortos pela repressão militar. Familiares de desaparecidos acompanharam o trabalho.

A nota assinada pelo ministro Nilmário Miranda informa que “o governo federal compartilha com as famílias da convicção de que a área pesquisada, mesmo que as buscas ainda não tenham logrado êxito, é um local importante e decisivo para o resgate de corpos de desaparecidos políticos”. Acrescenta que “uma das alternativas com que se trabalha é a possibilidade de reservar a área em Xambioá para que se posa realizar um trabalho antropológico de longo prazo, mais detalhado e minucioso”. E reafirma “o inequívoco compromisso e o dever legal e ético de resgatar os restos mortais de desaparecidos políticos e entregá-los às famílias”.

Segundo a Lei 9.140/95, informa a nota, “toda vez que surgem indícios que possam levar à localização de mortos ou desaparecidos políticos, compete ao Estado fornecer o apoio necessário para a localização, exumação, transporte e identificação do corpo”. E conclui: “É oportuno registrar a importância da contribuição dos ex-soldados que apontaram os locais onde estariam os corpos. É a primeira vez que pessoas que participaram das ações de repressão colaboram com os familiares e com a história do povo brasileiro. É um sinal de que a nação, sempre norteada pelos princípios de reconciliação e de pacificação nacional, deseja virar a página da história e possibilitar que as famílias realizem o direito de enterrar seus mortos.”

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