Comércio exterior deve movimentar 30% do PIB em 2006, estima secretário

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, disse, nesta terça-feira, que no próximo ano a corrente de comércio do Brasil (importações mais exportações), atualmente em 26% do Produto Interno Bruto, atingirá 30% do PIB. Segundo o secretário, esse aumento significará a concretização "de um extraordinário grau de abertura da economia".

Ramalho confirmou também que o Ministério já avalia a possibilidade de rever para cima a projeção de exportações brasileiras em 2005, atualmente em US$ 112 bilhões. O secretário não adiantou para quanto subiria essa nova estimativa.

Em relação ao superávit comercial, Ramalho afirmou que é bastante razoável que chegue a US$ 40 bilhões este ano, conforme projetam alguns analistas. Isso porque já há um superávit acumulado em 12 meses neste montante. No entanto, o MDIC ainda mantém a estimativa inicial de US$ 38 bilhões de superávit, sobretudo por conta do aumento das importações.

Segundo Ramalho, o crescimento da produção industrial que vem se verificando deve elevar o excedente exportável, o que provavelmente levará à revisão das vendas externas neste ano. Ramalho deu as declarações durante participação no 2.º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

No mesmo painel, o diretor da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) em Brasília, Renato Baumann, afirmou que a demanda externa deve continuar aquecida neste ano, beneficiando o comércio exterior brasileiro. Ele ressaltou principalmente as demandas da China e da Índia por minérios e alimentos, mas destacou que, no médio prazo, nada garante que a demanda mundial continuará a favor dos produtos brasileiros.

Em relação ao papel do câmbio nas vendas externas, Baumann afirmou que, por enquanto, a apreciação do real não teve impactos perceptíveis na balança. Ele acredita, porém, que o limite para o câmbio valorizado é o repasse dos custos de produção industrial aos preços dos produtos exportáveis.

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