O comércio espera uma retomada mais forte nos negócios a partir de maio. Na avaliação do varejo, a nova queda na taxa Selic, esperada para a reunião do Copom de quarta-feira, o reajuste do salário mínimo e o aumento dos gastos públicos, que põem mais dinheiro em circulação no mercado vão beneficiar o consumo.
O movimento das vendas na primeira quinzena de abril, embora positivo, foi enfraquecido pelos feriados. A exceção foi o resultado da Páscoa. As vendas de última hora, segundo pesquisa do Serasa, contribuíram para um crescimento de 28,1% de 14 a 16 de abril em relação ao período de 25 a 27 de março do ano passado.
As lojas especializadas em chocolate tiveram no feriado de 14 a 16 um aumento nas consultas ao crediário de 13,5% em relação a igual período em 2005, segundo levantamento da Autofax que atua na área de tecnologia para concessão de crédito.
Nas lojas de departamento o crescimento nas consultas para compra de ovos de chocolate chegou a crescer 58%, conforme a mesma pesquisa.
A partir do início de maio, o comércio começa a se preparar para as vendas de Dia das Mães e espera crescimento no crediário. Na primeira quinzena de abril, o movimento de vendas a prazo foi considerado morno pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) cresceram 2,3% na comparação com igual período no ano passado. As consultas ao Usecheque, que mostram as vendas à vista, puxadas pela Páscoa, tiveram alta de 5,2% na mesma comparação.
A inadimplência preocupa. Pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) revela que, na região metropolitana o porcentual de consumidores endividados recuou de 63% em março para 61% em abril. Mas a inadimplência subiu de 42% no mês anterior para 45% este mês. O consumidor está endividado depois da expansão do crediário iniciada no ano passado. "A renda cresceu pouco e a inadimplência deve continuar elevada", prevê a assessora econômica da Fecomércio, Kelly Carvalho.