O segmento de veículos automotores liderou o crescimento das vendas do comércio varejista no mês de outubro, no Estado de São Paulo, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) realizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). A expansão desse segmento foi de 21,1% na comparação com o mesmo mês de 2005, e acumula no ano aumento de 2,8%.

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A atividade mostrou no segundo semestre uma recuperação expressiva, com uma média mensal de vendas de 20% superior à média registrada no primeiro semestre. A grande oferta de crédito disponibilizada para essa modalidade, que nos últimos 12 meses superou a marca de 27%, impactou positivamente o cenário. A Fecomercio-SP acredita que as lojas de veículos fecharão 2006 com crescimento de 3% nas vendas em relação a 2005. A tendência é de manutenção de taxas positivas no ano que vem.

Apesar do setor de automóveis ter fechado em alta, as lojas de autopeças e acessórios sofreram em outubro uma queda de 3,4% nas vendas, ante o mesmo período de 2005. No ano, o faturamento real das lojas de autopeças e acessórios sofreu uma queda de 6,2%. De acordo com os analistas da Fecomercio-SP, até dezembro as perdas deste segmento deverão ser ainda mais expressivas, em torno de 9%. "As taxas negativas podem ser explicadas em parte pela forte base de comparação com o ano passado", afirmaram os analistas da entidade, para os quais a expectativa é de que no ano de 2007 a tendência continue sendo de retração nas vendas.

Farmácias

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Outro setor do varejo que registrou bom desempenho foi de farmácias e perfumarias, que em outubro registrou crescimento de 11,7%, acumulando no ano elevação de 9,2%. Mas o melhor mês para essa ramificação do varejo foi agosto, quando as vendas evoluíram 13,9%. A oferta de crédito, a disseminação de medicamentos genéricos, o programa Farmácia Popular, e o aumento do mix de produtos no setor de perfumaria colaboraram para a boa performance. A Fecomercio-SP projeta para dezembro uma expansão de 9% nas vendas reais em relação ao mesmo mês de 2005. Contudo, para 2007 a expectativa é de que as vendas das farmácias e perfumarias seja mais moderada com taxas de crescimento menores.

Vestuário

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As lojas especializadas em vestuário, tecidos e calçados fecharam o mês de outubro com crescimento de 2,5%, sobre o mesmo período de 2005, e acumulam no ano alta de 10,5%. As vendas foram influenciadas pela elevação do nível de renda dos consumidores, facilidades de acesso ao crédito, e estabilidade nas taxas de emprego, de acordo com a Fecomercio-SP. A entidade estima que em dezembro a expectativa é de vendas estáveis, fazendo com que o setor feche o ano com crescimento de 8%. Para 2007, as projeções apontam para taxas ainda crescentes, mas em patamares menores.

Construção

Os depósitos de material de construção também tiveram bom desempenho em 2006, de acordo com os especialistas da entidade. Em outubro, por exemplo, a alta no faturamento real atingiu 9,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado, e acumula no ano expansão de 4,4%. A expectativa da Fecomercio-SP é de que esse segmento encerre o ano apresentando elevação de 4% em volume de vendas. Eles explicam que o bom desempenho desse setor foi influenciado pelas reduções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), nos meses de fevereiro e junho, em mais de 40 produtos. Para 2007, no entanto, o setor deve perder força.

Supermercados

O setor de supermercados, de acordo com a pesquisa PCCV, apesar do bom desempenho no ano, vem mostrando desaceleração a cada mês. Nos dois primeiros meses do ano, o setor acumulou alta de 17%, e em outubro fechou com elevação de 2,9%. A expectativa da Fecomercio-SP é de que o resultado de dezembro seja 4% menor do que de 2005, o que fará com que o acumulado do ano não ultrapasse a marca de 2%. Para 2007, se projeta na entidade uma repetição do desempenho do primeiro semestre – o melhor registrado nos últimos quatro anos. Ainda assim, o crescimento tende a ser modesto.

As lojas de departamentos, de acordo com a entidade, finalmente conseguiram inverter a trajetória de queda iniciada em outubro de 2004. O melhor resultado mensal foi registrado em julho deste ano, quando se verificou uma expansão de 7,2%. O pior dado, de -9,8%, foi apurado em janeiro. Em outubro, o faturamento real cresceu 1%, e acumulou no ano apenas 0,10% de alta. Para os analistas da Fecomercio-SP, o desempenho foi impulsionado pelo aumento de crédito, mas será em dezembro que o setor deverá apresentar bom desempenho, com crescimento previsto de 7%.

Móveis

O segmento de lojas de móveis e decorações passa por um momento de turbulência na avaliação dos técnicos da Fecomercio-SP, provavelmente em razão do aumento do preço da matéria-prima. A análise da série histórica mostra um desaquecimento de 8,3% nas vendas nos seis primeiros meses do ano. Em outubro, o setor fechou com uma queda de 10,9% reais, comparativamente ao mesmo mês de 2005, e passou a acumular no ano uma perda de 6,2%. A pior notícia para este segmento é que, de acordo com a entidade, ele não deverá recuperar os prejuízos, pelo menos até dezembro, podendo encerrar o ano com uma queda de 5%.

Eletrônicos

Outro segmento que também não passa por um bom momento é o de eletrodomésticos e eletrônicos, que sofreu uma queda de 4,6% em outubro e redução de 8% no acumulado do ano. A expectativa é fechar 2006 com resultado negativo, entre 4% e 6%. A recuperação desse segmento, segundo a entidade, é esperada só em 2007.