O vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, participou na manhã desta segunda-feira (06) do início da vacinação contra o rotavírus na rede pública de saúde. Ducci aplicou as primeiras doses da vacina em bebês de dois e quatro meses de idade, na Unidade de Saúde Bom Pastor, na Vista Alegre. A vacina passa a fazer parte do calendário básico de vacinação das crianças menores de um ano de idade. "Este é um grande marco na história da saúde pública", disse Ducci.

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"O rotavírus é um vírus grave, que pode levar a criança à internação. Com a vacinação, haverá uma redução significativa nos internamentos e nos casos de doenças diarréicas", acrescentou. "A expectativa é reduzir em um terço o número de internamentos por rotavírus e em 20% o de casos da doença", ressaltou Ducci. A vacina estará disponível em todas as unidades de saúde da cidade.

Em Curitiba, são 300 a 500 internamentos por rotavírus e uma média de16 mil consultas na rede municipal de saúde por ano. A vacina anti-rotavírus deve ser aplicada em duas doses, aos dois meses e aos quatro meses de vida dos bebês, junto com as demais vacinas previstas para esta faixa etária.

A criança não deve tomar a vacina antes de um mês e 15 dias de vida nem com idade superior a três meses e sete dias. A segunda dose não pode ser aplicada em bebês com mais de cinco meses e 15 dias. "A diarréia provocada pelo rotavírus é muito aguda e desidrata rapidamente a criança, podendo levá-la ao internamento hospitalar e até à morte", explicou a médica Karin Luhm, diretora do Centro de Epidemiologia.

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A vacinação contra o rotavírus acompanha determinação do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, e torna o Brasil o primeiro país do mundo a incluir a vacina anti-rotavírus no sistema público de saúde. O rotavírus é considerado no mundo todo um dos mais importantes agentes causadores de gastroenterites em crianças menores de cinco anos.

O rotavírus é o principal agente etiológico da diarréia grave na infância. Estudos mostram que o rotavírus é responsável por um terço dos casos de hospitalização por vômitos e diarréias. A incidência da doença é maior em crianças entre seis meses e 24 meses de idade. Adultos podem se infectar, mas geralmente são casos leves e até assintomáticos.

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São reconhecidos sete diferentes grupos de rotavírus. A doença tem um período de incubação de um a três dias e os sintomas aparecem rapidamente: diarréia, vômito e febre. A diarréia geralmente é intensa, podendo evoluir para a desidratação grave. A transmissão é oral-fecal. Ocorre no contato pessoa a pessoa – especialmente por mãos contaminadas -, através da água, alimentos e objetos infectados. O período de maior incidência da doença vai do outono até a primavera.

Tratamento

O tratamento da infecção por rotavírus é o mesmo aplicado em pacientes com doenças diarréicas agudas. O fundamental é a hidratação oral ou parenteral. Porém, a elevada taxa de transmissão da doença – mesmo em áreas com condições apropriadas de higiene e saneamento – e sua rápida progressão para a desidratação acelerou o desenvolvimento da vacina.

A primeira vacina foi licenciada nos Estados Unidos, em 1998. De lá para cá, os estudos se intensificaram, até o surgimento da vacina Rotarix, aplicada via oral (1ml), licenciada em 2004, depois de testada em 60 mil crianças – o maior estudo pré-licenciamento já conduzido para avaliação de segurança vacinal. A Rotarix foi licenciada no Brasil em 2005 e incluída este ano no Plano Nacional de Imunizações.