Começa pesquisa com vítimas de crimes

A partir desta terça-feira (01), pessoas que foram vítimas de algum tipo de crime ou violência e moradoras de Curitiba e Foz do Iguaçu serão entrevistadas por equipes da Secretaria da Segurança Pública e Instituo Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A parceria entre as duas entidades foi formada para a Pesquisa de Vitimização, que tem como objetivo principal complementar as estatísticas de registros de ocorrências criminais, assim como estabelecer o perfil das vítimas, delineando grupos suscetíveis à violência.

As residências que receberão a visita dos pesquisadores foram sorteadas dentro de um universo já determinado pela metodologia científica. Em cada casa, o pesquisador, entrevistará apenas uma pessoa da família, em local fechado, e sem a presença de outras pessoas. Esse cuidado é tomado, para que o levantamento não sofra nenhum tipo de interferência. A média de tempo para o preenchimento do formulário será de aproximadamente 55 minutos.

A Secretaria orienta as pessoas para que recebam apenas os pesquisadores que estiverem usando o crachá de identificação e ainda portarem carta de apresentação assinada pela Secretaria da Segurança Pública, pelo Ipardes e também pelo Governo do Estado. Em caso de dúvida, os cidadãos podem telefonar para o (41) 351-6345 (dias úteis) ou 8137-4833, nos finais de semana.

Em Curitiba, 4.260 pessoas serão entrevistadas e em Foz do Iguaçu aproximadamente 700, o equivalente a cerca de 4% da população de cada município. A pesquisa será realizada em todos os bairros de Curitiba e Foz, porém com um foco maior nas regiões que tem índices de violência mais altos. O formulário vai abordar o perfil do entrevistado, informações sócio econômica sobre os vizinhos, tipo de violência sofrida e termina com uma avaliação do entrevistado sobre o trabalho policial. O trabalho de campo deverá durar aproximadamente dois meses. Em seguida, os formulários serão encaminhados para a Celepar, onde serão digitados e depois avaliados por técnicos do Ipardes. O resultado final deverá estar pronto no mês de setembro.

Resultados

O levantamento permitirá, também, medir até que ponto a sensação de insegurança da população é reflexo real dos índices de criminalidade. "Trata-se do método de aferição de dados relativos à segurança mais aceito no mundo, nos dias de hoje. Sua execução aqui no Paraná visa obter um diagnóstico mais fidedigno da situação", explicou o coordenador do programa de Geoprocessamento da Secretaria da Segurança do Paraná, Marcelo Jungend.

O trabalho é inédito no Paraná e também servirá para que a população avalie a ação policial. No Brasil, até agora, apenas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, já realizaram a pesquisa. De acordo com Normélia Souza, que coordena o levantamento, a metodologia foi desenvolvida a partir da pesquisa aplicada em Belo Horizonte e adequada às duas cidades paranaenses, com o apoio e consultoria da Universidade Federal de Minas Gerais. 

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