Brasília – Aos 22 anos, a estudante de veterinária Tainá Pinagé vai entrar em contato com uma realidade bem diferente da que vive em Brasília. Ela viajou nesta sexta-feira (19) para Curionópolis (PA) como uma das integrantes da edição deste ano do Projeto Rondon. Ao todo, serão 80 estudantes de diversas regiões do país que vão para municípios carentes ensinar noções de cidadania, educação inclusiva e ambiental, a prevenção de doenças e o incentivo à higiene básica.
?Eu espero ajudar as comunidades, os gestores, principalmente na questão de zoonoses, de vacinação. Acredito que eu posso ajudar, pelo menos em alguma coisa?, disse Tainá.
O que para Tainá será a primeira vez, para a professora Lenora Gandolfi será um momento de recordar. Ela participou pela primeira vez do Projeto Rondon em 1974, quando ainda era estudante. Hoje, a professora de medicina da Universidade de Brasília (UnB) vai acompanhar seus alunos em São Pedro da Água Branca (MA). ?A primeira vez fui como aluna. Agora, estou com outra visão. A gente quis passar para o aluno a importância de educar, prevenir e promover. São comunidades carentes que não têm essa oportunidade de conceitos atuais?, destacou a professora.
Esse é o principal objetivo do Projeto Rondon: educar comunidades carentes e promover a troca de experiências. ?Vale muita a pena. E tem de ser levado a sério. É bom conhecer uma região nova, mas é importante saber que a população quer algo da gente?, disse Lenora.
O coordenador do projeto, general Celso Krause, explicou que o Rondon é um ?projeto de construção de cidadania?. ?Na prática, os alunos vão desenvolver ações que permitam às comunidades obterem melhoras nas condições sociais e até econômicas do próprio município?, disse. ?Com certeza quando temos jovens que freqüentam comunidades distantes, vivem com problemas diferentes, conhecem outras regiões, aprendem muito, vêem muitos problemas que, evidentemente, não vão solucionar em 15 dias, mas voltam comprometidos com a solução desse problema para o resto da vida?, afirmou.