Começou nesta terça-feira (19) o julgamento do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e do advogado britânico David Mills. Ambos são acusados de corrupção e caso sejam condenados, podem pegar penas de 4 a 12 anos de prisão. O ex-líder italiano teria pago US$600 mil ao advogado britânico para que ele testemunhasse a seu favor em dois julgamentos em 1997 e 1998. Na época, Berlusconi estava sendo investigado por denúncias de fraude contábil e sonegação de impostos por parte de suas empresas.

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Mills, dono de uma empresa internacional de advocacia, havia prestado serviços nos anos 90 à Fininvest, holding do conglomerado de comunicação de Berlusconi. O advogado era casado com a ministra de Cultura britânica Tessa Jowell, que pediu divórcio na época do escândalo, no começo do ano passado.

O julgamento deve ser marcado por manobras jurídicas dos advogados de defesa para tentar atrasar ao máximo a conclusão do processo. Isto porque antes de deixar o cargo, Berlusconi mudou a data de prescrição do crime de interferência no andamento de processos judiciais de 15 para 10 anos. Os promotores teriam então apenas 10 meses para conseguir uma condenação.

Aproveitando-se do pouco tempo disponível, advogados de Berlusconi e Mills convocaram respectivamente 60 e 83 testemunhas. Interrogado no ano passado, Mills confirmou em um primeiro momento que o dinheiro havia sido depositado pelo ex-líder italiano, mas depois se retratou, afirmando que foi coagido a acusar Berlusconi.

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Processos não são novidade para o ex-líder italiano. Polêmicas envolvendo suas empresas já o levaram aos tribunais italianos 8 vezes, com acusações de corrupção, fraude fiscal, contabilidade fraudulenta e financiamento ilegal de partidos políticos. Berlusconi, no entanto, nunca foi condenado pela justiça italiana.