Revendas de motos passam ao largo da crise.

Com os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis – que refletiram também nas tarifas do transporte coletivo -, a população tem buscado alternativas para economizar. As revendas de motos já registram um crescimento em torno de 30% nas vendas. Os centros de formação de condutores estão tendo bastante procura por alunos que querem alterar a habilitação ou aprender a guiar motos.

O que tem atraído cada vez mais consumidores para os veículos de duas rodas é o baixo custo, garante a supervisora de vendas da Hobby Comércio de Veículos, Paula Giselle Skrepka. “Com um litro de gasolina é possível fazer, de carro, entre 10 a 13 quilômetros. Já com a moto, com o mesmo volume de combustível, é possível percorrer até 35 quilômetros”, afirmou. Segundo ela, com a proximidade do verão, a procura por motos sempre aumenta, mas esse ano está superando as expectativas. A mesma avaliação fez o diretor comercial da Cabral Motor, Sérgio Mainetti, que já registrou um aumento superior a 30% nas vendas. “Nessa época do ano, a gente sempre espera um aquecimento em torno de 15%, mas até agora já dobramos a nossa expectativa”, disse Mainetti.

Além das vendas registradas na loja, o proprietário da RR Import Motos, Rodil Rubens de Araújo, tem como termômetro para medir o aumento na procura por motos o crescimento em 50% no número de visitas ao site da loja, onde o cliente pode consultar preços, modelos de equipamentos, acessórios, entre outros. “Esse aumento também é visível nas ruas, pois basta parar em um sinaleiro e observar o número de motocicletas circulando”, avaliou o empresário.

O público masculino deixou de ser consumidor exclusivo. Hoje, as mulheres também estão na mira da revendas, pois representam entre 10% e 20% da carteira de clientes. Aliado a economia com o transporte, algumas estão encontrando nas motos uma oportunidade de emprego. A comerciante Beatriz Gualdezi garante que vai adquirir a sua segunda moto por ser um meio de transporte mais rápido e barato, mas não descarta a possibilidade de utilizá-la no próprio trabalho.

Facilidade

Além do baixo custo para a manutenção, a facilidade de pagamento também tem sido um diferencial na hora da compra. Hoje é possível encontrar motos com preços que variam de R$ 3 mil até R$ 100 mil – no caso de motos importadas. A gerente comercial da loja Kareka?s, Roselei Nunes da Rosa Silva, comenta que, pagando apenas 20% de entrada, o cliente sai com uma moto nova da loja. O restante pode ser parcelado em até 36 vezes, com juros de 2,8% ao mês. Um financiamento do Banco do Brasil apenas para quem trabalha como motoboy também promete aquecer as vendas. Roselei garante que a procura por quem ainda não sabe dirigir também cresceu.

E isso foi confirmado em centro de formações de condutores de Curitiba. Soraia Rodirgues, da Auto Escola Luz, disse que a procura por pessoas que querem tirar a carteira de habilitação para motos já supera 30%, comprado com o mesmo período do ano passado. No Centro de Formação de Condutores Brasília a procura também aumentou, “porque as pessoas dizem que andar de moto está saindo mais barato do que de carro, já que a gasolina não pára de subir”, afirmou a representante da empresa, Keiciane Valcanaia. A média de custo para tirar a habilitação para motos varia entre R$ 220 e R$ 260, e os centros de formação de condutores garantem que em até cinquenta dias é possível aprender a dirigir e sair com a habilitação.

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