Combustíveis eleva IGP-M ao maior nível em 18 meses

Rio – Pressionada pela disparada nos preços de combustíveis e lubrificantes no atacado (de -2,59% para 2,57%) a inflação medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,92% em janeiro, ante -0,01% em dezembro. Foi a maior taxa do indicador, usado para reajustar tarifas públicas e aluguel, entre outros, em 18 meses . Porém, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) a alta é momentânea e não deve se repetir em fevereiro

O período de coleta de preços do indicador foi do dia 21 de dezembro a 20 de janeiro. Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o movimento de alta nos preços dos combustíveis deve arrefecer em fevereiro, o que deve levar a uma taxa menor no mês que vem. "Cerca de 30% da taxa do IGP-M foi causada por combustíveis", afirmou, ao mensurar o impacto que o setor teve na inflação em janeiro

Esse cenário puxou para cima os preços do atacado na inflação, que subiram 1,10% em janeiro, ante deflação de 0,27% em dezembro – também o maior nível de inflação do atacado em um ano e meio. "Os preços no atacado são os de maior peso na formação da taxa do indicador", lembrou Quadros

Segundo o economista da FGV, a elevação nos preços dos combustíveis é causada por dois fatores. Um deles é o atual problema de demanda maior do que a oferta no setor sucro-alcooleiro, que puxou para cima preços de produtos ligados ao álcool. De dezembro para janeiro, houve elevações mais intensas nos preços de álcool etílico hidratado (de 4,5% para 7 2%); e da gasolina (de 0,23% para 1,39%) – que tem 25% de álcool em sua formação

O economista comentou que, até o momento não estão sendo sentidos os efeitos do acordo entre usineiros e governo sobre o preço do álcool. "Esse acordo ocorreu em meados de janeiro; leva algum tempo (até surtir efeito)", disse

Outro fator que contribuiu para a inflação intensa no setor foi a aceleração na cotação do petróleo, no mercado internacional, que elevou os preços de óleos combustíveis (de -7,92% para 8 38%) e querosene para motores (de -21,79% para 0,38%), de dezembro para janeiro

No varejo, os preços também aceleraram, e subiram 0,70% em janeiro, ante aumento de 0,52% em dezembro. Quadros explicou que de dezembro para janeiro, houve elevação nos preços de cursos formais (de variação zero para 3,43%), cujas mensalidades são reajustadas no primeiro mês do ano

Já os preços da construção civil passaram de alta de 0,38% para aumento de 0,24%, de dezembro para janeiro

Margens

Os atacadistas e varejistas estão iniciando um movimento de recuperação de margens, segundo dados apurados pela FGV no IGP-M de janeiro. De dezembro para janeiro, foram registradas várias acelerações de preços em produtos que, quando registram elevação, são características de um movimento maior de recomposição de margens

No atacado, foram registradas elevações mais intensas em produtos de higiene (de -0,08% para 0,79%); sabonete (de variação zero para 2,60%); desodorante (de variação zero para 0 66%) e detergente para uso doméstico (de -1,66% para 1,37%)

No varejo, foram registradas acelerações de preços em creme dental (de -2,05% para 0,73%); escova de dentes (de -1,19% para 2%) e fraldas descartáveis (de -2,19% para 0,81%). "Mas essa recomposição de margens não significa que está ocorrendo uma explosão generalizada de preços na inflação", ressaltou.

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