Combustíveis e carne pressionam e IGP-DI vai a 0,63%

Rio (AE) – Os aumentos nos preços de combustíveis e a influência da febre aftosa, que elevou o preço da carne bovina, deram fim à deflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). A taxa, usada como indexador das tarifas de telefone, subiu 0,63% em outubro, ante queda de 0 13% em setembro – a primeira alta após uma seqüência de cinco quedas consecutivas. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou hoje (7) o índice, a elevação foi momentânea e não deve se sustentar em novembro.

Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, o IGP-DI de novembro deve ficar "bem abaixo" do resultado de outubro. Para ele, o impacto das elevações de preços em combustíveis e carne bovina é passageiro. Mas, ressaltou, o cenário não é suficiente para um retorno à deflação. "Aquela deflação (de cinco meses) era de natureza cambial", afirmou. Ele lembrou que, durante meses, a valorização do real ante o dólar puxou para baixo, no atacado, os preços de vários itens relacionados à moeda norte-americana.

Ao comentar o comportamento da inflação em outubro, Quadros informou que os preços do atacado subiram 0,79%, ante queda de 0,28% em setembro. O setor foi fortemente afetado pelas disparadas nos preços de combustíveis e lubrificantes ( de 4,42% para 4,83%) e de bovinos (de -3,64% para 8,10%). No caso dos combustíveis, houve uma concentração de reajustes da Petrobras e também de preços livres (óleos combustíveis). Entre os destaques de altas no mês estão óleo diesel (5,88%); óleos combustíveis (6 18%); querosene para motores (9,58%) e gasolina (4,46%).

O preço das carnes bovinas foi um dos destaques da inflação no atacado. A alta no preço do produto foi responsável por metade da alta do índice. Porém, na avaliação do economista, os preços tendem a se estabilizar. Pesquisas da FGV na região do Triângulo Mineiro, em Presidente Prudente (SP) e no Paraná, grandes produtores de carne, mostram que os preços do produto não estão subindo tanto quanto em meados de setembro – época em que começaram a surgir as primeiras notícias sobre febre aftosa.

O movimento de alta nos preços das carnes também foi determinante na elevação de preços do varejo. Os preços ao consumidor subiram 0,42% em outubro, ante alta de 0,09% em setembro, puxados principalmente pelos alimentos, principalmente carnes bovinas (de 0,02% para 5,39%).

Já os preços da construção civil passaram de 0,24% para 0,19%, de setembro para outubro. Até outubro, o IGP-DI acumula elevações de 0,82% no ano e 2,18%.

Núcleo – O núcleo da inflação do varejo, que exclui as principais quedas e as mais significativas altas de preço, subiu 0,37% em outubro, acima do resultado de setembro (0,29%). Para Quadros, a alta não é preocupante, e o nível de núcleo e outubro é condizente com o nível de inflação do varejo, atualmente.

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