A condenação do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e de duas importantes figuras de seu governo à morte na forca, por um massacre de xiitas cometido em 1982, provocou violência no distrito de Azamiyah, no norte de Bagdá, onde é grande a população sunita. A polícia enfrenta os manifestantes, que estão armados com metralhadoras. Pelo menos sete tiros de morteiro atingiram os arredores da mesquita de Abu Hanifa, o principal santuário xiita da capital. Não há informação de mortos ou feridos.
Já em Cidade Sadr, um cortiço da capital onde a maioria da população é xiita, os tiros eram dados para o alto, em sinal de festa. Pessoas foram às ruas para celebrar, gritando: "Onde está você, Saddam? Queremos enfrentá-lo". Uma multidão de jovens carregava cartazes do líder religioso extremista e antiamericano Muqtada al-Sadr, enquanto distribuía doces entre as crianças.
Em Tikrit, cidade natal do ex-ditador, cerca de mil pessoas desafiaram o toque de recolher e saíram às ruas. Algumas afirmavam que o tribunal que condenou Saddam era produto da "ocupação americana", e condenaram o veredicto. Ouviram-se gritos de "Pelas nossas almas, nosso sangue sacrificamos por você, Saddam" e "Saddam, seu nome abala os EUA".
Nas ruas de Dujail – cidade cujos cidadãos foram vítimas do massacre que levou à condenação do ex-ditador – as pessoas festejavam. Imagens de Saddam foram queimadas.
A Embaixada americana emitiu nota, assinada pelo embaixador Zalmay Khalilzad, afirmando que os veredictos lidos neste domingo (5) "demonstram o compromisso do povo iraquiano de responsabilizá-los", referindo-se a Saddam e aos outros sete réus no processo.
"Embora os iraquianos possam vir a enfrentar dias difíceis nas próximas semanas, fechar o livro de Saddam e de seu regime é uma oportunidade de união e construção de um futuro melhor", disse Khalilzad.