A Secretaria Municipal de Saúde inicia na próxima terça-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, projeto piloto de abordagem e tratamento intensivo do tabagismo em unidades do Programa Saúde da Família (PSF). Participarão desta primeira fase as unidades de saúde Tarumã, Estrela e São Paulo. A campanha nacional contra o tabaco deste ano tem como tema "fumo ambiental ou fumo passivo".
Além da ação das unidades PSF, todas as demais unidades de saúde terão profissionais da área conversando com os pacientes nas salas de espera. De acordo com o coordenador do Programa de Controle ao Tabagismo, João Alberto Lopes Rodrigues, de 1989 a 2003, último censo do Ministério da Saúde, o número de fumantes registrava uma queda de 30%.
"Se houve uma redução geral, por outro lado temos um aumento de jovens menores de 16 anos que experimentam o cigarro. E a incidência maior é de meninas", informa o coordenador. Curitiba é a segunda capital brasileira em prevalência de tabagismo, com um índice de 21%. Porto Alegre está em primeiro lugar, com 25%, uma taxa maior que a prevalência geral no Brasil, que é de 19%.
O maior grupo de fumantes continua sendo o de homens adultos jovens. Mas os últimos registros apontam um aumento significativo de mulheres fumantes. Os homens são também os mais determinados quando querem parar de fumar. Já as mulheres, por dependência psicológica e por medo de engordar, demoram mais tempo para largar o tabagismo.
Ação –
Para isso, o paciente receberá um kit com sete adesivos de nicotina, que deverá ser trocado a cada 24 horas, e gomas de mascar de nicotina. João Alberto explica ainda que a abordagem da equipe do programa será cognitiva-comportamental. "Não basta o paciente receber o kit de apoio medicamentoso. Ele precisará no mínimo de quatro sessões e deverá participar de reuniões de grupos de fumantes para expor as experiências individuais e conhecer a realidade dos demais".
Entre os temas propostos de discussão estão os motivos pelos quais eles começaram a fumar, o que pode ajudar a parar de fumar e o que ocorre com o organismo quando a pessoa deixa de fumar. O atendimento a tabagistas é feito também em algumas unidades que não são PSF, como a US Vila Hauer e US Santa Felicidade, além do serviço ofertado em parceria com o Centro Médico do Hospital Cajuru.
O Programa de Abordagem e Tratamento Intensivo do Tabagismo terá equipes de médicos, psicólogos e enfermeiros, capacitadas para esta função. Na consulta inicial, o paciente será avaliado para identificação do grau de dependência tabagista. Isto irá determinar o tipo de medicamento que ele receberá e a terapia de reposição de nicotina, para atenuar a síndrome de abstinência.