Combate à exploração sexual infantil pelo Estado é melhor que combate a abuso

A ação do estado, através dos governos, é mais ágil no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes do que na prevenção ao abuso sexual. Isso ocorre porque o abuso sexual ocorre predominantemente na esfera familiar, instância na qual a ação do estado é mais lenta, enquanto a exploração sexual se dá no nível criminal.

A constatação é da secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Neide Castanha.

Ela participou, nesta quarta-feira, de mesa de debates da Consulta Nacional Sobre Violência Contra a Criança e o Adolescente, evento promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

"Estamos falando de crime organizado", disse Neide Castanha, em entrevista à Agência Brasil. "São redes de exploração a colocar adolescentes para comercializar sua sexualidade", ressaltou Neide. Segundo ela, a oferta de sexo infantil e juvenil "cresce a cada dia, obedecendo a leis de oferta e procura". A oferta "cresce assustadoramente", inclusive pela internet, "não só para pedófilos, mas também para consumidores em geral", acrescentou.

De acordo com a secretária do Comitê de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, existe aí "um combate enorme". A secretária lembrou que esse tipo de exploração aparece no setor de turismo e continua nos bordéis tradicionais, que ainda usam meninas a partir de 10 anos de idade como atração. Ela ressaltou que há também "o campo de negócios de entretenimento, em casas bastante sofisticadas" e que, atrás disso, se esconde um "elemento clandestino e ilegal".

Segundo Neide Castanha, é preciso enfrentar esse problema com urgência. Ela disse que é uma tarefa "tão complexa quanto urgente e necessária". Em sua opinião, isso inclui a necessidade de "operações de inteligência, que façam frente ao crime organizado e a redes de exploração".

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