Brasília – O Dia Mundial de Luta Contra a Aids terá como tema no Brasil, no dia 1º de dezembro, o combate à discriminação contra os portadores do HIV. O anúncio, segundo a diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, foi feito nesta segunda-feira (14) no Canadá, durante a 16ª Conferência Internacional de Aids.
A sugestão do tema veio dos movimentos sociais e representantes governamentais ligados a programas de prevenção e tratamento da doença, acrescentou a diretora, ao lembrar que a discriminação é um dos elementos que influenciam o cotidiano de quem possui o vírus.
Mariângela Simão explicou que a definição de temas e estratégias para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids é determinado pelo Programa das Nações Unidas sobre o HIV e Aids (Unaids). E que o Brasil tem seguido um rumo diferente para se adequar às necessidades do país. "O fato de a gente discutir direitos humanos, prevenção e o dia-a-dia de quem vive com Aids com certeza não é uma agenda global e essa experiência no país pode trazer subsídios para outras campanhas no mundo?, disse.
Atualmente, o objetivo da campanha brasileira é levar as pessoas a fazerem o diagnóstico o mais cedo possível, a fim de minimizar os efeitos da doença. A diretora do Programa de DST e Aids destacou a importância do acompanhamento médico com testes e medicamentos, para o portador do vírus saber que "é possível levar uma vida normal".
A estimativa do Ministério da Saúde é de que existem cerca de 600 mil pessoas infectadas pelo HIV no país, a maioria delas atendida pela rede pública. Os gastos anuais com medicamentos, por paciente, são de R$ 5.400 em média. Na avaliação de Mariângela Simão, a política brasileira em relação à doença é mais avançada que em outros países, como os Estados Unidos, onde o acesso universal ao medicamento não é garantido: "Nós temos uma forte presença governamental integrada com a sociedade civil, o que gera uma política de resultados?.
A tendência mundial, segundo a diretora, é de negligência em relação a determinados grupos, como profissionais do sexo e usuários de drogas injetáveis, além da diminuição nos financiamentos de projetos para atingir esse público.
Em 2005, o governo brasileiro recusou US$ 40 milhões da Agência do Governo dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (Usaid), porque o acordo impedia que os recursos fossem gastos em projetos que promovam a segurança de profissionais do sexo ? a prostituição é considerada atividade profissional, com registro no Ministério do Trabalho e Emprego.