Apesar de contabilizar 12 policiais mortos desde o último dia 8, o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Ubiratan Ângelo, após reunir todos os comandantes de batalhão do estado, afirmou que não existe uma onda de ataques contra PMs no Rio. "As ocorrências foram diferentes e não encontramos ligação entre elas", afirmou Ângelo.

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Já a investigação das mortes realizada pela Polícia Civil aponta que ao menos uma quadrilha seria especializada no roubo de carros e execução de policiais nos subúrbios da cidade. O primeiro suspeito de integrar o grupo foi preso hoje. Leandro Silva da Cruz, de 22 anos, foi detido na entrada da Favela Jacarezinho, zona norte do Rio. Segundo policiais, ele confessou a participação na morte do sargento Jorge Ulisses Vieitas Fernandes, na Penha, na noite da última quarta-feira. A polícia afirma que Cruz seria traficante da favela e o motorista da gangue. A participação dele em outras mortes de policiais é investigada.

Na noite de ontem, o terceiro-sargento Aílton Lima da Fonseca, do 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foi baleado com um tiro na cabeça durante uma operação na Favela do Metral, em Vila Kennedy, em Realengo, na zona oeste do Rio e se tornou o décimo-segundo policial morto. Ele chegou a ser socorrido no Hospital Albert Schweitzer e transferido em estado grave para o Hospital Central da Polícia Militar, onde morreu. "Vamos reforçar o planejamento das operações, reforçar a supervisão, controle e orientação da tropa. Queremos aumentar a segurança nas operações que envolvam riscos" anunciou o comandante da PM.

Ubiratan Ângelo divulgou algumas ações que pretende implementar nos quartéis para diminuir as baixas, que, segundo ele, ocorrem mais em dias de folga do que em confrontos. "Desde 2005, o número de policiais mortos em ação diminuiu 50%, mas os casos de mortos em folga não recuaram", declarou.

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Dos 12 policiais militares mortos, nos últimos dias, sete estavam fora do serviço e cinco foram mortos em confronto com bandidos. De acordo com as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública, desde janeiro 32 policiais foram mortos no Rio. Apenas um era policial civil. O comandante anunciou que criará um grupo de estudo para analisar cada ocorrência que envolve um policial morto, assim como a atuação da polícia em ações em que civis fiquem feridos por balas perdidas.

O coronel participou na manhã de hoje do enterro do soldado Élson de Souza Rente, de 30 anos, morto ontem no bairro do Jardim América em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas pela Corregedoria da PM e pela 38ª Delegacia de Polícia (Brás de Pina). Uma versão aponta que o soldado foi morto ao se confrontar com traficantes que fugiam de Vigário Geral, onde a Polícia Civil fazia operação. Outra linha de investigação aponta que Rente e o cabo Leandro Ipanema foram baleados em uma emboscada armada por bandidos que assaltavam uma transportadora. Ipanema foi atingido apenas na mão e já foi liberado pelo Hospital Geral de Bonsucesso, onde o soldado chegou morto.

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