O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, afirmou nesta quinta-feira (12), em audiência pública no Senado, que até o final deste ano 500 novos controladores militares de vôo estarão capacitados ao trabalho. Ele insistiu que a formação dos profissionais está em pleno andamento e que a edição de uma medida provisória, pelo governo, que prevê a imediata contratação de cem novos profissionais, é de extrema importância.

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Ao lado do ministro da Defesa, Waldir Pires, Saito repetiu quase que na íntegra o discurso feito ontem, em sessão semelhante na Câmara. O comandante da Aeronáutica negou mais uma vez que os equipamentos disponíveis no Pais sejam obsoletos.

Em seguida à explanação de Saito, o diretor-presidente da Anac, Milton Zuanazzi, abriu o seu discurso, dando explicações sobre suas declarações na véspera. Ontem, Zuannazzi negou a existência de crise aérea no Brasil. Hoje, disse ter sido mal interpretado pela imprensa. "Temos problemas sim. E são problemas sérios. Temos absoluta convicção que serão resolvidos", afirmou. Ao enfatizar que o momento atual é de "grandes dificuldades, Zuanazzi destacou que o problema agudo nos aeroportos brasileiros só ocorreu em 14 dias dos últimos seis meses. Nesses dias, disse ele, "a média de atrasos de vôos e o porcentual de cancelamentos ultrapassou as marcas médias".

Depois de Zuanazzi foi a vez do presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho, cobrar do governo interlocução junto aos controladores. " A situação de não termos interlocução efetiva com o governo, nos deixa apreensivos", afirmou. Botelho ressaltou que a interlocução inexiste desde o início do primeiro mandato do governo Lula. Advertido pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES), Botelho fez uma correção. "Também não tínhamos interlocução durante a gestão do presidente Fernando Henrique", disse.

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