O Iraque dobrou as verbas alocadas para a importação de derivados de petróleo em agosto e setembro a fim de tentar superar a pior escassez de combustível no país desde a queda de Saddam Hussein, em 2003, informou um funcionário governamental. "As verbas foram aumentadas de US$ 231 milhões para o dobro em agosto e setembro", afirmou por telefone Falah Alamri, presidente da companhia estatal responsável pela importação de derivados de petróleo, a SOMO.
Apesar de o Iraque possuir a terceira maior reserva de petróleo provada do mundo, o país tem dependido de importações devido a uma aguda falta de produtos refinados, como gasolina, querosene e gás de cozinha. A situação é atribuída à sabotagem de oleodutos promovida pelos insurgentes, corrupção e deterioração das refinarias.
Um litro de gasolina está sendo vendido no mercado negro de Bagdá por US$ 1,30, enquanto o preço oficial é de 17 centavos de dólar. O preço de um botijão de gás no mercado negro é US$ 18, enquanto que oficialmente custa 25 centavos de dólar.
Filas de quilômetros de carros são vistos na frente de qualquer posto de gasolina de Bagdá. Motoristas às vezes passam a noite inteira na fila para poder abastecer. O Iraque tem sofrido com escassez periódica de combustível desde a invasão americana de 2003. A atual crise foi agravada pelo aumento da demanda por combustível para geradores e aparelhos de ar-condicionado no momento em que as temperaturas chegam a 49ºC.
Alamri disse que a escassez foi agravada pela paralisação da refinaria de Beiji, ao norte de Bagdá, que processa 140.000 barris por dia.
A refinaria ficou fechada por quatro semanas devido a sabotagem no oleoduto que a liga aos campos petrolíferos de Kirkuk. Ela retomou seus trabalhos três dias atrás. As três principais refinarias iraquianas – Dora, Beiji e Shuaiba – estão trabalhando a metade de sua capacidade, processando apenas 350.000 barris por dia, comparado com os 700.000 de um dia antes da guerra.
