Com relatório aprovado, CPMI inicia nova etapa dos trabalhos de investigação

Brasília – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas inicia a sua segunda etapa de trabalhos com a aprovação do relatório. Na nova fase as investigações serão voltadas para apurar irregulares e o envolvimento do Executivo (ministérios, prefeituras), de organizações não-governamentais e fraudes em outros órgãos, como Ministério da Saúde e Ministério da Ciência Tecnologia.

O presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), marcou uma reunião administrativa para próxima terça-feira para definir os novos procedimentos a serem adotados na segunda fase de investigações. Poderá ser colocado ainda em votação os 120 requerimentos, entre eles polêmicos, como os de convocação José Serra, Humberto Costa e Saraiva Felipe, todos ex-ministros da Saúde.

Segundo Biscaia, se os requerimentos forem aprovados, os dois podem ser convocados para depois das eleições. "Não vou colocar isso como disputa eleitoral. Dois dos ex-ministérios são candidatos a governadores de Pernambuco e São Paulo. Não há porque convocá-los neste momento. Até porque não há nada concreto que os responsabilize", afirmou.

Biscaia pretende vir a Brasília, até outubro, pelo menos uma vez por semana para acompanhar os trabalhos desenvolvidos pelos sub-relatores e técnicos da comissão. "Em outubro retomaremos a todo vapor a linha das investigações", garantiu.

O sub-relator, Fernando Gabeira (PV-RJ), já começou as investigações desta segunda etapa. Ele prometeu intensificar a partir de segunda-feira a apuração de fraudes na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo ele, foram erros muito grosseiros na aprovação da compra de ônibus da inclusão digital. "A aprovação e a compra foi feita de uma forma tão irregular, que passaram por cima do técnico. O parecer técnico foi desprezado", observou.

Ele acredita que o Ministério da Ciência e Tecnologia foi utilizado para fins políticos e partidários. "As novas investigações não são para manchar o Executivo. O que eu busco é mostrar ao presidente que está aí, a ele se voltar, ou a outro, que Ciência e Tecnologia é uma coisa muito séria. Não podemos entregar ministério a um partido que não tem tradição neste campo e vai usá-lo para fins eleitorais como é o caso do PSB", disse.

O prazo final para CPI previsto é 22 de dezembro, podendo ser prorrogado por mais 180 dias.

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