Na contracorrente do movimento integracionista na América do Sul o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, trará nesta sexta-feira (19) à 32ª Reunião de Cúpula do Mercosul, no Rio, uma oferta de intermediar uma negociação da Bolívia e do Equador com os Estados Unidos para a obtenção de preferências tarifárias.

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Embora não haja chances de aprovação dessa proposta pelos governos de Evo Morales e de Rafael Correa, Uribe trabalha nessa tese como forma de seduzir La Paz e Quito a aceitar o fato de a Colômbia ter celebrado um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, ainda sem aprovação do Congresso americano.

A aproximação com os Estados Unidos seria ainda, do ponto de vista de Uribe, uma maneira de evitar uma cisão na Comunidade Andina de Nações (Casa). O bloco enfrentou, em abril de 2006, a saída da Venezuela de Hugo Chávez, como protesto contra os tratados fechados pelo Peru e a Colômbia com os Estados Unidos. A CAN se vê dividida entre os que se aproximaram de Washington – Colômbia e Peru – e os que mantêm as linhas nacionalistas e antiamericanas – Bolívia e Equador. Enfrentará ainda a inevitável diluição de suas regras de união aduaneira quando os TLCs começarem a ser implementados.

Uribe mostrou-se ciente dessas dificuldades. Também está a par das pressões do Congresso americano para que o TLC fechado pela Colômbia seja reaberto para a inclusão de cláusulas trabalhistas. Mas o presidente colombiano defendeu que uma mensagem de harmonia entre a CAN e o Mercosul pode ser um ?fator de unidade na América Latina e um elemento de ajuste das relações da região com os EUA?.

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Ontem, Chávez deu sinais de uma possível reaproximação com a CAN. Afirmou que não seria impossível o regresso da Venezuela ao bloco, como resposta aos insistentes pedidos de seus ?camaradas? Morales e Correa. Mas frisou que esse movimento teria um preço alto: a reforma do bloco.

Embora não tenha detalhado o plano de mudança na CAN, é certo que Chávez não toleraria a convivência com sócios que têm os EUA como parceiros preferenciais.

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