Colômbia deve ter imposto de guerra contra narcotráfico

O Congresso da Colômbia aprovou uma nova reforma tributária que inclui um imposto destinado a financiar a guerra contra o narcotráfico, a guerrilha e os paramilitares com investimentos em armamentos e aumento do orçamento militar. O novo imposto poderá representar uma arrecadação extra de cerca de US$ 3,6 bilhões até 2010. "Este dinheiro nos ajudará a manter os êxitos que conquistamos com a política de segurança democrática", disse o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, logo após a aprovação da reforma tributária, ocorrida ontem.

"Vamos renovar nosso equipamento militar, que está totalmente obsoleto", afirmou o ministro. Aviões de combate, tanques e fragatas com 30 e 40 anos de serviço serão substituído. "São carroças que devemos jogar no lixo", comentou. A renovação do equipamento militar já começou com a aquisição de 25 aviões Supertucanos da Embraer a um custo total de US$ 234 milhões.

Os primeiros cinco desses aviões táticos, destinados a atacar em terra os grupos ilegais armados, foram entregues no Brasil na semana passada e serão incorporados amanhã à Força Aérea Colombiana (FAC). Dez mais serão entregues em 2007 e outros 10 em 2008. O chamado "imposto de guerra" será cobrado de pessoas e empresas com patrimônio superior a US$ 1,3 milhão. A alíquota será recolhida a partir de 1º de janeiro e até 31 de dezembro de 2010 deverá atingir 1,2% anualmente.

O Congresso também aprovou a venda de 20% das ações da companhia estatal de petróleo, a Ecopetrol SA, a maior empresa da Colômbia. A venda deverá ocorrerá no segundo semestre de 2007. Ao oferecer as ações, o governo garante que dará prioridade aos sindicatos da categoria, os trabalhadores da empresa, associações, fundos de pensão e aos cidadãos colombianos.

A Colômbia se esforça para encontrar novos poços e atrair novos investimentos para a área de petróleo, seu principal produto legal de exportação. A produção nacional da commodity caiu de uma média diária de 815 mil barris em 1999 para 526 mil em outubro passado. Os funcionários da Ecopetrol se opõem à venda e ameaçam iniciar uma greve caso ela seja levada adiante pelo governo.

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