Não há mais o empecilho da verticalização das coligações partidárias, cabresto a obrigar os partidos reunidos numa frente nacional de apoio a determinado candidato à Presidência da República a reproduzir a configuração nos estados. Se a medida facilitou a vida dos dirigentes nacionais, na mesma intensidade foi sério complicador na atuação dos dirigentes regionais, dada a peculiaridade das políticas locais.

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, aprovou emenda liberando a formação de coligações partidárias estaduais, não necessariamente atreladas às alianças firmadas para as campanhas presidenciais.

Com a medida, pelo menos em termos de Paraná, já é possível esboçar o quadro da disputa pelo governo em 2006. PDT, PSDB e PFL devem formar um dos blocos, com a provável candidatura do senador Osmar Dias. O PMDB, talvez com o reforço do PT (o presidente Lula revela esse desejo), deverá marchar mais uma vez com Requião. Talvez o PPS venha outra vez com a candidatura de Rubens Bueno, sobrando a incógnita das definições do PP, PTB, PL, PSB e legendas menores.

Dirigentes estaduais do PT, em especial o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, têm reiterado o visível desconforto da proximidade com o governador Roberto Requião. A disposição anunciada é correr, no ano que vem, com chapa própria.

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Lula quer evitar o desgaste de sua própria candidatura à reeleição em áreas vitais para sua matemática eleitoral, e o Paraná está entre elas. Sabe-se que a logística partidária manda salvar os dedos mesmo sacrificando os anéis, e que a história se repete com farsa. A conferir.