A coligação "A Força do Povo" (PT/PRB/PCdoB), seu candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PT entraram com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo direito de resposta contra a revista Veja e a editora Abril. Segundo o site do TSE, os advogados da coligação alegam que a revista teria publicado matéria "caluniosa, difamatória, injuriosa e inverídica" e atingido a honra de Lula, da coligação e do PT.
A representação contesta a reportagem de capa da edição desta semana da revista, intitulada "Dossiêgate – Limpeza de Alto Risco", que teria feito "afirmações precipitadas (respaldadas em denúncias anônimas) e criminosas, revelando um jornalismo acusatório, com nítido, claro e inequívoco propósito eleitoral", segundo os advogados, para quem a matéria visa a prejudicar Lula às vésperas do segundo turno das eleições.
Os advogados alegam que a matéria cita operações para evitar relacionar o ex-assessor especial da Presidência Freud Godoy e o chamado dossiê Vedoin "como uma sucessão de crimes, cometidos um após o outro, para encobrir a origem do dinheiro usado para compra do dossiê". Acrescentam que o enredo da revista utiliza Freud como uma espécie de "blindagem" ao presidente Lula.
A representação afirma que o presidente é relacionado "constantemente" ao dossiê, e contesta que a revista "não é o Ministério Público, a Polícia Federal ou a Justiça Eleitoral para fazer acusações". Para os advogados, a reportagem faz afirmações "sem nenhuma competência ou prova", e classificam como "terrorismo eleitoral" o fato de a Veja afirmar que "há envolvimento do candidato Lula em supostos ilícitos e crimes".
Os advogados afirmaram ainda que a revista faz acusações contra a coligação "A Força do Povo" ao falar da arrecadação dos fundos de campanha, referindo-se a caixa dois, crimes eleitorais e captação ilícita de recursos. O PT também foi alvo da revista, na visão dos advogados. Para eles, a matéria leva a crer que toda a legenda esteve envolvida na suposta compra do dossiê. Procurada pela Agência Estado, a Editora Abril informou que é praxe da empresa não se pronunciar em questões como essa.